PALÁCIO PROVINCIAL DE SÃO CRISTÓVÃO
SERGIPE
(HOJE, MUSEU HISTÓRICO)
=MANUEL+FERNANDES+DA+SILVEIRA
Em 8 de julho de 1820, D. João VI
proclamou a Independência de Sergipe, mas a Carta Régia só chegou ao conhecimento
dos sergipanos quase quatro meses depois, em 24 de outubro.
Da Carta Régia até a posse do
primeiro presidente, a nova província viveu quatro anos de incertezas, Carlos
César Burlamarqui foi nomeado para instalar a Capitania mas só assumiu em 20 de fevereiro de 1821. Sergipe era um importante polo
sucoalcooleiro e sua elite não tinha interesse na emancipação porque ela dependia
da Bahia, econômica, financeira e comercialmente. Por sua vez, a Bahia,
com a independência de Sergipe, perdia uma importante fonte de impostos. Com o apoio de Portugal e da elite sergipana, a Bahia ocupou São Cristóvão
e reincorporou Sergipe ao seu território. Carlo Burlamaqui foi deposto, preso e remetido para
Salvador. De 1822 a 1824, a província foi governada por uma Junta presidida por
José Mateus da Graça Leite Sampaio, cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, nascido
em Divina Pastora. Proclamada a
Independência do Brasil, D.Pedro I, em 5 de dezembro de 1822, confirmou a Carta Régia de D. João VI e elevou
São Cristóvão à condição de capital; no ano seguinte nomeou o brigadeiro Manoel
Fernandes da Silveira, presidente.
O primeiro presidente de Sergipe
nasceu em Estância, em 1757 e tomou posse em São Cristóvão, no dia 5 de março
de 1824. Filho de um sargento-mor,foi criado em Sergipe,
onde adquiriu fama de homem dedicado aos seus deveres.
O brigadeiro Manoel Fernandes
enfrentou muita dificuldade. Ao tentar o equilíbrio das finanças e organizar
o governo, enfrentou reação. Afirma Felisberto Freire, que o principal
obstáculo foi o “infrene militarismo”. “De 1822 em diante, a guarnição de São
Cristóvão tendeu interferir nos negócios públicos. Todas as aclamações e
juramentos de Constituição foram por ela promovidos” (Ibidem). Em 1º de
novembro de 1824, o comandante das armas, Manuel da Silva Daltro, diante da sublevação
de suas tropas, fugiu para o Rio Comprido e ali, com o concurso de Henrique
Maciel, projetou a derrubada do governo. Convocou as forças de Itaporanga da Ajuda, Laranjeiras
e Rosário do Catete, mas o plano fracassou e Daltro viu-se obrigado a pedir
desligamento de suas funções, alegando motivo
de saúde. Freire informa que os oficiais que conspiraram foram presos e enviados
para a Bahia, submetidos a Conselho de Guerra e o senhor do Rio Comprido, antes
de ser absorvido, esteve foragido. De qualquer forma, “como o prestígio dos
implicados era muito forte, terminaram absorvidos e permaneceram influentes”
Felisberto Freire aproxima o presidente Silveira de seus opositores. Acusa-o
de nepotismo. Alega que “como co-reu da deposição que a guarnição
quis fazer, estava Henrique Luis de Araújo Maciel, entregue a justiça pública, pelo
que não exercia suas funções de membro do conselho para que foi eleito, sendo substituído
por um irmão do presidente”.,,
Em um ambiente conturbado e conflitante , o primeiro
presidente de Sergipe deixou o governo em 15 de fevereiro de 1825, pouco antes
de completar um ano na direção da província.
Faleceu em Salvador, em 26 de
novembro de 1829, com 72 anos de idade.
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