/?gws_rd=ssl#q=abdias+bezerra
Abdias Bezerra nasceu na vila de
Siriri, hoje município, em 7 de setembro de 1880, sendo seus pais o professor
João Amando Bezerra e Hermínia Rosa Bezerra.
Fez os estudos iniciais em
Siriri, Itabaiana e Japaratuba e os subsequentes no Atheneu Sergipense.
Desejando seguir a carreira militar, matriculou-se, em março de 1900, na Escola
Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, onde concluiu o curso secundário e fez
o primeiro ano do curso superior. Tendo
participado da revolta de novembro de 1904, foi desligado da Escola Militar. A revolta,
chamada “Revolta da Vacina”, foi um movimento popular, ocorrido no Rio de
Janeiro, contra a vacinação obrigatória imposta pelo governo federal.
Regressando a Sergipe, dedicou-se
ao magistério particular, lecionando diversas matérias. Aberta a disputa para
preenchimento da cadeira de francês do Atheneu Sergipense, submeteu-se ao
concurso. Aprovado, tomou posse em 28 de maio de 1909, durante o governo de
Rodrigues Dória.
Sua carreira no magistério
público e particular foi meteórica. Ensinou francês, aritmética, álgebra,
português, geometria e trigonometria no Atheneu Sergipense, na Escola Normal,
no Ginásio Tobias Barreto e em outros
colégios particulares da capital.
Em 3 de novembro de 1922 foi
nomeado Diretor do Atheneu Sergipense e a 10 de abril de 1923, diretor interino
do curso comercial da Escola Conselheiro Orlando. Em 24 de maio de 1923, foi
nomeado diretor da Instrução Pública do Estado. No exercício deste cargo foi
comissionado para visitar São Paulo e observar o moderno processo de ensino postos em prática naquele Estado. Ao regressar,
comandou a reforma do ensino implementada no governo Craccho Cardoso. O novo
Regulamento, editado em 11 de março de 1924, alterou profundamente os programas
e a prática da aprendizagem dos cursos primário, elementar e superior em Sergipe.
O professor Abdias Bezerra
faleceu em 14 de junho de 1944. Seu sepultamento foi um acontecimento que
marcou para sempre a vida da capital sergipana. O féretro saiu da casa de seu
filho, professor Felte Bezerra (onde foi velado), e se dirigiu ao Cemitério
Santa Isabel. Todo o percurso foi feito a pé, por uma grande multidão, acompanhada
por personalidades políticas e estudantes
dos principais colégios e escolas. O cortejo formou duas alas que se estenderam
por várias ruas. Atrás dessa multidão, seguiu-se um grande acompanhamento de
automóveis, bandas de música (que tocavam marchas fúnebres), bondes e ônibus (repletos
de amigos, ex-alunos e admiradores). À beira do túmulo discursaram o
interventor substituto, Francisco Leite Neto; o representante da Escola Normal,
professor José Calasans Brandão; o representante do Colégio Estadual de
Sergipe, professor Franco Freire; o representante do Ginásio Tobias Barreto,
professor João de Araújo Monteiro; o jornalista Freire Ribeiro; o representante
do corpo discente do Atheneu Sergipense, Clodomir Silva; o representante da Maçonaria,
José Felizola; o representante da classe operária, João Vieira de Aquino; o
ex-aluno José de Matos Teles; e o diretor do Departamento de Educação,
professor Acrísio Cruz.
“As viagens de estudo, como a
realizada por Abdias Bezerra, e a “importação” de técnicos, constituíram
estratégia importante para a política de reforma do ensino em Sergipe”, afirma
Jorge Carvalho do Nascimento. O mesmo ocorreu no Ceará, Rio de Janeiro e Minas
Gerais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário