sábado, 24 de janeiro de 2015

36- JOÃO VIEIRA LEITE

 
JOÃO VIEIRA LEITE
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João Vieira Leite nasceu no Engenho São Félix, município de Santa Luzia, no dia 4 de setembro de 1867, sendo seus pais o Coronel Sisenando de Souza Leite e Adelaide de Souza Leite.
Fez os primeiros estudos na Vila do Conde (Bahia). Depois, mudou-se para a capital baiana, onde concluiu os preparatórios e ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia. Naquela casa de ensino, freqüentou o curso de medicina com assiduidade e proveito, colando  grau no dia 27 de outubro de 1890. Sua tese de doutoramento, in titulada “Apreciação dos métodos operatórios gerais adotadas na operação cesariana”, foi aprovada com louvor pela Congressão daquele vetusto berço da medicina brasileira.
 
Regressando a Sergipe, fixou residência na cidade de Estância, onde abriu consultório. Filho de uma família tradicional, gozou, desde o início  elevado conceito, sendo considerado um profissional dedicado, inteligente e humanitário.
Exerceu, em sua terra natal, vários cargos,  inclusive os de natureza política. Foi delegado de polícia em duas ocasiões diferentes, Intendente Municipal (nos anos de 1897 e 1898), deputado estadual (de 1804 a1895 e de 1896 a 1897, administrador da Mesa de Rendas Estaduais (1895-1897), diretor do Hospital Amparo de Maria, e  delegado de higiene.
Como diretor do Hospital Amparo de Maria,  transformou-se em seu maior benfeitor. O hospital, fundado em 10 de maio de 1860, era um dos mais antigos do Estado, necessitando, portanto, de muito esforço para sua conservação. Consciente desta imperativo, João Vieira não mediu esforço, e a ele se dedicou,  de corpo e alma. Clodoaldo Ferreira Filho, em seu livro “História do Hospital Mais Antigo de Sergipe, em Funcionamento”, declara textualmente:  “O jovem médico clínico João Vieira Leite observando as deficiências nas instalações improvisadas do pequeno hospital no qual também doava seus préstimos profissionais, começou a disseminar a ideia da necessidade de se dispor de uma nova sede definitiva para aquela casa de saúde. Para a realização desse desiderato, não mediu esforços, inclusive com sacrifício de seu próprio bolso’.
Como delegado de higiene prestou relevantes serviços, durante uma epidemia de varíola que ocorreu em Estância.
Além de médico dedicado e político atuante,  João Vieira exerceu o jornalismo,  colaborando nos periódicos locais, especialmente no jornal “A Razão”
Como deputado estadual, lutou pelos  interesses do povo sergipano, pelo que foi eleito  presidente da Assembleia Legislativa e,  nesta condição, assumiu a Presidência de Sergipe durante 44 dias, após a deposição de José Calazans.
João Vieira  teve carreira meteórica como médico, político e jornalista, mas o Destino o surpreendeu com uma tragédia. Com apenas 35 anos de idade, começou a apresentar um distúrbio psiquiátrico, que foi  rapidamente se acentuando. Conduzido  para o Rio de Janeiro, onde deveria se submeter a tratamento, foi enclausurado no vapor “Manaus”, da Cia. Esperança Marítima.  Ao chegar nas imediações do porto de Vitória, no Espírito Santo, foi acometido de violenta crise de autoflagelação, em conseqüencia da qual veio a falecer em presença de seu irmão e colega, Berilo Leite, no dia 21 de janeiro de 1902.  Seu corpo foi sepultado no dia seguinte, na capital do Espírito Santo, de sua cidade natal e de sua família.
 
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Bittencourt, Liberato – Homens do Brasil-Sergipe. Rio de Janeiro, 1917.
Dória, Epifanio – Efemérides Sergipanas, vols. 1 e 2. Aracaju, 2009.
Ferreira Filho, Clodoaldo – A história do hospital mais antigo de Sergipe em funcionamento . Aracaju, 2002.
Guaraná, Armindo – Dicionário Bibliográfico Sergipano. Reio de Janeiro, 1927.
 
 
 

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