JOÃO VIEIRA LEITE
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João Vieira Leite nasceu no
Engenho São Félix, município de Santa Luzia, no dia 4 de setembro de 1867,
sendo seus pais o Coronel Sisenando de Souza Leite e Adelaide de Souza Leite.
Fez os primeiros estudos na Vila
do Conde (Bahia). Depois, mudou-se para a capital baiana, onde concluiu os
preparatórios e ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia. Naquela casa de
ensino, freqüentou o curso de medicina com assiduidade e proveito, colando grau no dia 27 de outubro de 1890. Sua tese
de doutoramento, in titulada “Apreciação dos métodos operatórios gerais
adotadas na operação cesariana”, foi aprovada com louvor pela Congressão
daquele vetusto berço da medicina brasileira.
Regressando a Sergipe, fixou
residência na cidade de Estância, onde abriu consultório. Filho de uma família
tradicional, gozou, desde o início elevado conceito, sendo
considerado um profissional dedicado, inteligente e humanitário.
Exerceu, em sua terra natal,
vários cargos, inclusive os de natureza
política. Foi delegado de polícia em duas ocasiões diferentes, Intendente
Municipal (nos anos de 1897 e 1898), deputado estadual (de 1804 a1895 e de 1896
a 1897, administrador da Mesa de Rendas Estaduais (1895-1897), diretor do
Hospital Amparo de Maria, e delegado de
higiene.
Como diretor do Hospital Amparo
de Maria, transformou-se em seu maior
benfeitor. O hospital, fundado em 10 de maio de 1860, era um dos mais antigos
do Estado, necessitando, portanto, de muito esforço para sua conservação.
Consciente desta imperativo, João Vieira não mediu esforço, e a ele se
dedicou, de corpo e alma. Clodoaldo
Ferreira Filho, em seu livro “História do Hospital Mais Antigo de Sergipe, em
Funcionamento”, declara textualmente: “O
jovem médico clínico João Vieira Leite observando as deficiências nas
instalações improvisadas do pequeno hospital no qual também doava seus
préstimos profissionais, começou a disseminar a ideia da necessidade de se
dispor de uma nova sede definitiva para aquela casa de saúde. Para a realização
desse desiderato, não mediu esforços, inclusive com sacrifício de seu próprio
bolso’.
Como delegado de higiene prestou
relevantes serviços, durante uma epidemia de varíola que ocorreu em Estância.
Além de médico dedicado e
político atuante, João Vieira
exerceu o jornalismo, colaborando nos
periódicos locais, especialmente no jornal “A Razão”
Como deputado estadual, lutou
pelos interesses do povo sergipano, pelo que foi eleito presidente da Assembleia Legislativa e,
nesta condição, assumiu a Presidência de Sergipe durante 44 dias,
após a deposição de José Calazans.
João Vieira teve carreira
meteórica como médico, político e jornalista, mas o Destino o
surpreendeu com uma tragédia. Com apenas 35 anos de idade, começou a
apresentar um distúrbio psiquiátrico, que foi
rapidamente se acentuando. Conduzido para o Rio de Janeiro, onde
deveria se submeter a tratamento, foi enclausurado no vapor “Manaus”, da Cia.
Esperança Marítima. Ao chegar
nas imediações do porto de Vitória, no Espírito Santo, foi acometido de
violenta crise de autoflagelação, em conseqüencia da qual veio a falecer
em presença de seu irmão e colega, Berilo Leite, no dia 21 de janeiro de
1902. Seu corpo foi sepultado no dia seguinte, na capital do Espírito Santo, de sua cidade natal
e de sua família.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Bittencourt, Liberato – Homens do
Brasil-Sergipe. Rio de Janeiro, 1917.
Dória, Epifanio – Efemérides
Sergipanas, vols. 1 e 2. Aracaju, 2009.
Ferreira Filho, Clodoaldo – A
história do hospital mais antigo de Sergipe em funcionamento . Aracaju, 2002.
Guaraná, Armindo – Dicionário
Bibliográfico Sergipano. Reio de Janeiro, 1927.
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