ANTÔNIO GARCIA FILHO
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Antônio
Garcia Filho, médico, professor universitário, poeta, compositor, literato,
agente cultural e escritor, nasceu em 29 de maio de 1916, em Rosário do Catete,
sendo seus pais o farmacêutico Antônio Garcia Sobrinho e Antônia Menezes
Garcia.
Aprendeu
as primeiras letras em sua cidade natal, onde foi aluno das professoras Rosa
Garcia e Laudelina Fraga. Em Aracaju, estudou no Grupo Escolar Barão de Maroim,
no Atheneu Sergipense e no Colégio Tobias Barreto, dirigido pelo educador José
de Alencar Cardoso. No Atheneu Sergipense, foi aluno de Costa Filho, Santos
Melo, Artur Fortes, Abdias Bezerra, Franco Freire, José Augusto da Rocha Lima e
outros mestres de igual porte.
Concluídos
os preparatórios, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi
diplomado em 1941. Durante o curso médico, participou dos movimentos
estudantis, sendo eleito presidente do Diretório Acadêmico.
Iniciou
suas atividades de médico clínico em Laranjeiras, transferindo-se depois para
Aracaju, onde dirigiu o Hospital Santa Isabel e, a convite do Dr. Augusto
Leite, fez parte do corpo clínico do
Hospital de Cirurgia. Estudioso, procurou elevar-se cada vez mais, publicando
trabalhos científicos, dos quais destaca-se o intitulado “Conduta
Pré-anestésica na Criança”.
Em 1945, iniciou o jornalismo. Filiou-se à Associação Sergipana
de Imprensa, colaborou em quatro jornais sendo diretor de dois: o “Correio de
Aracaju” e a Gazeta Socialista”.
Em 1950, publicou “Um Pensamento na Praça” e ingressou na Academia Sergipana de Letras,
onde fundou o “Movimento de Apoio Cultural”.
A
partir de 1959, freqüentou com mais assiduidade
congressos médicos internacionais, e manteve contato com colegas
estrangeiros, tais como Max Sadowe, Siney Orth, Paulo Bittencourt e Cecil Gray,
Data desta época seu interesse pela reabilitação física e coordenação motora.
Em
1962, idealizou, fundou
e presidiu por mais de um decênio, o ‘Centro de Reabilitação Física Ninota
Garcia’, o primeiro de Sergipe, e um dos três então existentes no Brasil. Em 1966, lançou “A Reabilitação em Sergipe”, no qual expôs
as razões de criação, os propósitos e o funcionamento do referido Centro.
No
início da década de 1960, fundou, com Benjamin Carvalho e outros colegas, a
Faculdade de Medicina de Sergipe, da qual foi o primeiro diretor, assim
permanecendo de 1961 e 1969.
A
ideia de criação de uma Faculdade de Medicina em Sergipe data de 1951, quando
Benjamin Carvalho e João Batista Perez Garcia Moreno criaram a Sociedade Civil
Faculdade de Medicina de Sergipe cujo primeiro presidente foi o Dr. Augusto
Leite. O projeto somente se tornou realidade em 1959, quando Benjamin Carvalho,
Lourival Bomfim, Walter Cardoso e Lauro Porto contaram com o apoio do
Governador Luiz Garcia e de seu irmão, Antônio Garcia Filho, Secretário
Estadual de Educação, Cultura e Saúde.
Para
o exercício da cátedra, Antônio Garcia fez um curso de preparação na Faculdade
de Medicina da Universidade Federal da Bahia, e nos Estados Unidos. Instalada a
Faculdade, Antônio Garcia Filho assumiu a cadeira de Bioquímica e Anestesiologia. Além de ensinar na Faculdade de Medicina, lecionou Nutrição ,
na Faculdade Católica de Serviço Social. Na Universidade Federal de Sergipe foi
o primeiro Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e de Extensão, oportunidade em
que criou o “Festival de Artes de São Cristóvão”, considerado um dos eventos
mais prestigiados pela intelectualidade sergipana. Graças ao seu desempenho, a
Universidade lhe outorgou o título de Professor Emérito.
Dentre os vários cargos que exerceu, destacamos os de Presidente
do Centro de Estudos do Hospital de Cirurgia, Orador Oficial do Instituto
Histórico e Geográfico de Sergipe, Presidente da Academia Sergipana de Letras, Secretário
Estadual de Educação, Cultura e Saúde, Presidente da Associação de Medicina de
Sergipe, presidente do Conselho Estadual de Cultura e da Alliance Française..
Como incentivador de cultura, além de criar o “Festival de
Artes São Cristóvão”, concebeu e
implantou o “Encontro Cultural de Larajeiras”,
iniciativa louvável de seu espírito criador.
Como militante político, foi vereador em Aracaju e Presidente
da Câmara Municipal, onde adotou um programa de combate ao capitalismo e
exploração do homem pelo homem.
Como intelectual, além de escritor, contista e teatrólogo, foi
poeta e compositor. São de sua autoria, o “Hino da Cidade de Rosário do Catete”, o
“Hino do 28º Batalhão de Caçadores” e a canção “Aracaju, uma estrela”, vencedora do
concurso público promovido pela Prefeitura da capital.
Pranteado por seus colegas, ex-alunos, amigos e admiradores,
Antônio Garcia Filho faleceu em Aracaju, no dia 22 de junho de 1999, deixando o
imenso legado do seu talento, de sua cultura, de seu caráter e de seu coração
cheio de amor e bondade.
O campus avançado
da Universidade Federal de Sergipe, localizado em Lagarto, a 60 quilômetros de
Aracaju, tem o seu nome. O mesmo acontece com um Colégio Estadual situado em
Ubaúba e uma rua em Mosqueiro, próximo da capital,.
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