ESTÂNCIA, SERGIPE
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Bricio Maurício de Azevedo
Cardoso, mais conhecido como Brício Cardoso, nasceu em Estância, em 9 de julho
de 1844, sendo seus pais Joaquim Maurício Cardoso (advogado e professor de
matemático, geografia e francês) e Joana
Batista de Azevedo Cardoso.
Aprendeu as primeiras letras, e
iniciou o curso de humanidades, em sua cidade natal, tendo como preceptores seu
própriio pai, seu tio materno, (cônego José Luis de Azevedo), o professor
Florentino Telles de Menzes, os drs. Antônio Ribeiro Lima e Galdino Barbosa de
Araújo, e o padre Quirino José de Souza, professor de latim e seu grande amigo
(sacerdote de grandes virtudes e muito saber, elevado ao bispado de Goiaz,
depois que D. Pedro o conheceu
pessoalmente).
Depois, mudou-se para Salvador,
onde estudou no Atheneu Bahiano, onde foi discípulo de frei Antônio da
Virgem Maria Itaparica, seu professor de filosofia.
Antes de fazer os exames
preparatórios, retornou a Estância, como substituto da cadeira de geometria e
professor de primeiras letras da vila do rafEspírito Santo,
Em janeiro de 1860, estando D.
Pedro II em excursão às províncias do Norte, examinou em Estância, latim,
francês, geografia e gramática e alguns alunos se distinguiram. Bricio foi um
deles, conforme se lê em seu diário de viagem.
Em 24 de outubro de 1970, quando
da regulamentação do Atheneu, Brício Cardoso foi nomeado professor público do
ensino primário superior na sua cidade natal. Quatro anos depois, em 27 de
abril de 1874, ele foi removido para a cadeira de retórica em Aracaju, no
Atheneu Sergipense, onde também lecionou história universal e história de
Sergipe, filosofia e língua portuguesa. Além de professor do Atheneu, foi,
também, professor de português na Escola Normal (da qual foi diretor, de 1877 a
1879), No Parthenon Sergipense, fundado por Ascendino Ângelo dos Reis, ensinou
filosofia e retórica; no Colégio São Salvador lecionou gramática, matemática e
geografia e no Colégio Tobias Barreto, sob sua direção, e instalado em Aracaju pelo
seu sobrinho, Prof. José de Alencar Cardoso, ensinou português, latim e
história universal.
Além de professor de várias
disciplinas, Bricio Cardoso foi um eminente homem de letras. Seu livro “Tratado
de Vernácula”, escrito em 1975. É considerado uma obra prima. Embora aprovado em
1878 pelo Conselho Superior de Instrução Pública da Bahia, somente foi editado em 1932, oito anos depois
da morte do autor.
Também escreveu romances; seu romance mais conhecido é “Herpes Sociais”,
publicado em folhetins, no jornal “Bahia Ilustrada. É também autor de peças teatrais. Destas, as mais populares são
“Madrasta e Enteada”, o drama “A Ceguinha” e a peça “O Escravo Educado”
Como jornalista sua atuação foi trepidante,
de vez que escreveu para vários jornais
de Sergipe e da Bahia, tais como “Bahia
Ilustrada”, “Phenex”, “Jornal dos Caixeiros”, “Gazeta de Aracaju”, “O Republicano” , “Jornal
de Aracaju”, “A Notícia”, “O Estado de Sergipe” “Correio de Alagoinhas”, “Sul de Sergipe”, ”Jornal
do Comércio”, “O Guarany”, “O Tempo”, “Diário da Manhã”, “A Cruzada”,etc. Vezes
assinava seu próprio nome, vezes outras utilizava pseudônimos. Abordava
variados temas no campo da educação mas dava preferência aos estudos da língua vernácula,
ao ensino primário e à formação de professores. Fundou, com seu irmão Severiano
Cardoso, os periódicos “Bahia Ilustrada” (1867-1870). “Phenix” (1870), “Jornal
dos Caixeiros” (1870) e “Gazeta do Aracaju (1879-1889). Sob sua exclusiva
redação, foram lançados “O Republicano” (1879-1889)(1890-1893),
“Jornal do Aracaju” (2º, em 1894), “A Notícia” (1896-1898) e o “Estado de
Sergipe” (1898=1901).
Como homem público, desempenhou
vários cargos. Foi deputado provincial (1878-1879) e deputado constituinte e
deputado estadual (em várias legislaturas). Também foi membro do Conselho
Municipal de Aracaju e secretário de Estado nos governos do General Valadão e
Martinho Garcez.
Brício Maurício de Azevedo
Cardoso faleceu em Aracaju, na rua Itabaiana, em 21 de novembro de 1924, aos 80
anos de idade.
Um de seus filhos, Maurício
Craccho Cardoso, foi presidente de
Sergipe de 1927 a 1829 e de 1930 a 1933.
Outro filho, Hunald Cardoso,falando
sobre Brício Cardoso, afirmou> “ A chave
dos seus triunfos, como escritor e professor, provinha do seu conhecimento da
várias línguas – francês, italiano, latim e grego, de cujas literaturas era
juiz competente, Não lhe saia o livro das mãos, senão quando a presença de
alguém, a quem tivesse de atender, a isso o obrigasse. E, esgotada a provisão
de obras ainda não deletreadas, volvia aos dicionários, que conservava sempre à
mão, para os reler. Nos seus últimos anos de existência, afora os romances, os
livros que mais o prendiam eram os seus clássicos latinos e a Imitação de
Cristo. Limpo e castiço, era-lhe o estilo, modelado nas formas consagradas
pelos clássicos. Era também Camões um dos seus inseparáveis companheiros”.
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