quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

35- BRICIO CARDOSO

 
ESTÂNCIA, SERGIPE
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Bricio Maurício de Azevedo Cardoso, mais conhecido como Brício Cardoso, nasceu em Estância, em 9 de julho de 1844, sendo seus pais Joaquim Maurício Cardoso (advogado e professor de matemático, geografia e francês)  e Joana Batista de Azevedo Cardoso.
Aprendeu as primeiras letras, e iniciou o curso de humanidades, em sua cidade natal, tendo como preceptores seu própriio pai,  seu tio materno,  (cônego José Luis de Azevedo), o professor Florentino Telles de Menzes, os drs. Antônio Ribeiro Lima e Galdino Barbosa de Araújo, e o padre Quirino José de Souza, professor de latim e seu grande amigo (sacerdote de grandes virtudes e muito saber, elevado ao bispado de Goiaz, depois que D. Pedro  o conheceu pessoalmente).
Depois, mudou-se para Salvador, onde estudou no Atheneu Bahiano, onde foi discípulo de frei Antônio  da  Virgem Maria Itaparica, seu professor de filosofia.
Antes de fazer os exames preparatórios, retornou a Estância, como substituto da cadeira de geometria e professor de primeiras letras da vila do rafEspírito Santo,
Em janeiro de 1860, estando D. Pedro II em excursão às províncias do Norte, examinou em Estância, latim, francês, geografia e gramática e alguns alunos se distinguiram. Bricio foi um deles, conforme se lê em seu diário de viagem.
Em 24 de outubro de 1970, quando da regulamentação do Atheneu, Brício Cardoso foi nomeado professor público do ensino primário superior na sua cidade natal. Quatro anos depois, em 27 de abril de 1874, ele foi removido para a cadeira de retórica em Aracaju, no Atheneu Sergipense, onde também lecionou história universal e história de Sergipe, filosofia e língua portuguesa. Além de professor do Atheneu, foi, também, professor de português na Escola Normal (da qual foi diretor, de 1877 a 1879), No Parthenon Sergipense, fundado por Ascendino Ângelo dos Reis, ensinou filosofia e retórica; no Colégio São Salvador lecionou gramática, matemática e geografia e no Colégio Tobias Barreto, sob sua direção, e instalado em Aracaju pelo seu sobrinho, Prof. José de Alencar Cardoso, ensinou português, latim e história universal.
Além de professor de várias disciplinas, Bricio Cardoso foi um eminente homem de letras. Seu livro “Tratado de Vernácula”, escrito em 1975. É considerado uma obra prima. Embora aprovado em 1878 pelo Conselho Superior de Instrução Pública da Bahia,  somente foi editado em 1932, oito anos depois da morte do autor.
Também escreveu romances;  seu romance mais conhecido é “Herpes Sociais”, publicado em folhetins, no jornal “Bahia Ilustrada. É também autor de  peças teatrais. Destas, as mais populares são “Madrasta e Enteada”, o drama “A Ceguinha” e a peça “O Escravo Educado”
Como jornalista sua atuação foi trepidante, de vez que  escreveu para vários jornais de Sergipe e da Bahia, tais como  “Bahia Ilustrada”, “Phenex”, “Jornal dos Caixeiros”,  “Gazeta de Aracaju”, “O Republicano” , “Jornal de Aracaju”, “A Notícia”, “O Estado de Sergipe”   “Correio de Alagoinhas”, “Sul de Sergipe”, ”Jornal do Comércio”, “O Guarany”, “O Tempo”, “Diário da Manhã”, “A Cruzada”,etc. Vezes assinava seu próprio nome, vezes outras utilizava pseudônimos. Abordava variados temas no campo da educação mas dava preferência aos estudos da língua vernácula, ao ensino primário e à formação de professores. Fundou, com seu irmão Severiano Cardoso, os periódicos “Bahia Ilustrada” (1867-1870). “Phenix” (1870), “Jornal dos Caixeiros” (1870) e “Gazeta do Aracaju (1879-1889). Sob sua exclusiva redação, foram lançados  “O Republicano” (1879-1889)(1890-1893), “Jornal do Aracaju” (2º, em 1894), “A Notícia” (1896-1898) e o “Estado de Sergipe” (1898=1901).
Como homem público, desempenhou vários cargos. Foi deputado provincial (1878-1879) e deputado constituinte e deputado estadual (em várias legislaturas). Também foi membro do Conselho Municipal de Aracaju e secretário de Estado nos governos do General Valadão e Martinho Garcez.
Brício Maurício de Azevedo Cardoso faleceu em Aracaju, na rua Itabaiana, em 21 de novembro de 1924, aos 80 anos de idade.
Um de seus filhos, Maurício Craccho Cardoso, foi  presidente de Sergipe de 1927 a 1829 e de 1930 a 1933.
Outro filho, Hunald Cardoso,falando sobre Brício Cardoso, afirmou>  “ A chave dos seus triunfos, como escritor e professor, provinha do seu conhecimento da várias línguas – francês, italiano, latim e grego, de cujas literaturas era juiz competente, Não lhe saia o livro das mãos, senão quando a presença de alguém, a quem tivesse de atender, a isso o obrigasse. E, esgotada a provisão de obras ainda não deletreadas, volvia aos dicionários, que conservava sempre à mão, para os reler. Nos seus últimos anos de existência, afora os romances, os livros que mais o prendiam eram os seus clássicos latinos e a Imitação de Cristo. Limpo e castiço, era-lhe o estilo, modelado nas formas consagradas pelos clássicos. Era também Camões um dos seus inseparáveis companheiros”.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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