quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

38- SEBASTIÃO GASPAR DE ALMEIDA BOTO

 
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Sebastião Gaspar de Almeida Boto, presidente interino de Sergipe em 1835, 1836, 1838, 1839. 1841-1842, nasceu em 17 de setembro de 1802, em Santo Amaro de Brotas, sendo seus pais o coronel João de Aguiar Caldeira Boto e Ana Jerônima da Silveira.
Concluido o estudo das primeiras letras, abraçou a carreira militar, nela  atingindo o posto de tenente coronel. Serviu na companhia de guardas milicianos e comandou a Guarda Nacional de Sergipe.
Abraçou com o mesmo entusiasmo a carreira política. Foi Deputado Geral por Sergipe (de 03 de maio e 1838 a 11 de novembro de 1841 e de 01 de janeiro de 1843 a 24 de maio de 1844), vice presidente de Sergipe (assumindo a presidência interinamente cinco vezes, de 19 de outubro a 6 de dezembro de 1835, de 5 de agosto a 8 de setembro de 1836, de 23 de março de 1828 a 21 de janeiro de 1839, de 28 de março a 23 de julho de 1839, e de 19 de dezembrode 1841 a 28de dezembro de 1842).
Em 18 de julho de 1841, foi nomeado Comendador da Imperial Ordem da Rosa.
Tornou-se notória a sua participação no movimento armado conhecido como Revolta de Santo Amaro, ocorrido em novembro e dezembro de 1836. O movimento envolveu os líderes do  Partido Conservador contra lóderes do Partido Liberal, e teve por motivdo a falsificação das atas da eleição  para a escolha dos deputados à Assembléia Legislativa. A falsificação favoreceu o partido Conservador, cujas forças foram comandadas pelo coronel Sebastião Boto. As do partito Liberal, tiveram como comandante o coronel  e presidente Bento de Melo Pereira (cunhado de Sebastião Boto). Os candidatos Sebastião Boto (Conservador) e Antônio José da Silva Travassos (Liberal) eram candidatos. Durante a apuração, verificou-se que a vitória era dos liberais, faltando apurar-se, apenas,  os votos de Lagarto. A comissão apuradorora suspendeu a contagem, aguardando a demorada e suspeita  votação de Lagarto. Uma vez recebida a ata, verificou-se que a mesma fora falsificada a favor dos candidatos do partido Conservador. Os partidários dos liberais iniciaram os protestos em frenta ao palácio provincial e deram entrada ao pedido de anulação da eleição. Diante da indiferença do presidente da provincia, os liberais iniciaram o movimento armado a fim de depor o presidente e substituí-lo pelo 1º vice (Manoel Fernandes de Barros, do Partido Liberal, que não aceitou, visto apoiar o presidente). Os revoltosos ficaram concentrados em Santo Amaro das Brotas, de onde atacaram, em 16 de novembro, os quarteis dos destacamentos de Aracaju e de Laranjeiras, roubando armas e munição. Em 16 de novembro, assaltaram o quartel da vila de Capela, sendo rechassados. O presidente Bento de Melo requisitou a força da Guarda Nacional, aquartelada em diversas regiões da província mas a resposta foi frustante. Apenas Maroim e Rosário (comandado pelo coronel Sebastião Boto) permaneceram fieis ao governo. O presidente apelou para o presidente da  Bahia. Este enviou 50 praças, 100 armas, 20 barris de polvora, 4.000 cartuchoa e uma peça de aria tilharia com a respectiva guarnição.
Assim apetrechado, Bento de Melo, com uma força de mais de 400 homens e duas peças de artilharia, atacou Rosário do Catete. As forças rebeldes tomaram as entradas da vila e uma peça de artilharia disparou contra o quartel general de Sebastião Boto, que bateu em retirada.Os rebeldes, após o ataque, retomaram a vila de Santo Amar e ampliaram o poder de fogo, com mais de 600 homens. As forças provinciais se reuniram em Laranjeiras, com mais de 1.000 homens armados e algumas peças de artilharia.
Os rebeldes marcharam contra Laranjeiras mas antes do confronto entram em acordo com os legalistas, ficando os inssrrectos com o compromisso de depor as armas e o governo com a promessa de rever a votação de Lagarto.
A trégua durou pouco. Os rebeldes foram acusados de infringir as cláusulas do pacto, pretenderem  atacar Maruim para roubar os armamentos cedidos pela Bahia e assassinaram um marinheiro. Ao tempo em que fazia tais acusações, as forças legalistas continuavam a amrar-se.
Em 19 de dezembro as forças do governo, sob o comando do coronel Sebastião Boto, invadiram Santo Amaro. Os rebeldes, tomados de surpresa, foram batidos. Os sobreviventes debandaram. Os legalistas invdiram a vila, saquearam o comércio e os domicílios e prenderam, ou matram, os feridos. Os líderes liberais fugiram e buscaram asilo em outras províncias. O presidente Bento de Melo fez nova requisição à Bahia e continuou a recrutar homens.Em 11 de janeiro de 1837, fez um novo ataque a Santo Amaro.
A luta continuou. Parecia que a contenda nao teria fim, em parte pela manutenção do resultado das eleições e em parte pelo empenho dos conservadores em punir os opositores asilados em Alagoas. O Governo Imperial acabou intervindo. O pesidente Bento de Melo foi afastado e as eleições foram anuladas. Em 25 de fevereiro de 1837, foi decretada a anistia. Os processos e as condenações  contra os envolvidos na revolta foram arquivados...
Nas vezes em que ocupou a presidência de Sergipe, Sebastião Boto  promoveu o progresso e o desenvolvimento da capitania. Construiu a casa de prisão de Laranjeiras e reformou a de São Cristióvão: tentou colocar em funcionamento da Escola Normal criada pela Lei Provincial de 16 de fevereiro de 1838: cuidou de instalar o Colégio de Artes Mecânicas, para o ensino dos órfãos pobres, exposto e filhos de pais indigentes que chegaram a idade de dez anos sem conseguir ocupação útil; desenvolveu a Instrução Pública: organizou os destacamentos da Guarda Nacional em Larajeiras, São Cristóvão e Estância: adquiriu uma tipografia para publicação dos atos de seu governo: melhorou as barras dos rios Cotinguiba e Sergipe:  promoveu gestões junto ao Governo Imperial para melhoramentos nas baras do Rio Real e do Rio São Francisco, etc. etc.
Sebastião Boto faleceu em São Cristóvão em 31 de maio de 1884.
 
 
 

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