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Sebastião Gaspar de Almeida Boto,
presidente interino de Sergipe em 1835, 1836, 1838, 1839. 1841-1842, nasceu em
17 de setembro de 1802, em Santo Amaro de Brotas, sendo seus pais o coronel
João de Aguiar Caldeira Boto e Ana Jerônima da Silveira.
Concluido o estudo das primeiras
letras, abraçou a carreira militar, nela atingindo o posto de tenente coronel. Serviu
na companhia de guardas milicianos e comandou a Guarda Nacional de Sergipe.
Abraçou com o mesmo entusiasmo
a carreira política. Foi Deputado Geral por Sergipe (de 03 de maio e 1838 a 11
de novembro de 1841 e de 01 de janeiro de 1843 a 24 de maio de 1844), vice
presidente de Sergipe (assumindo a presidência interinamente cinco vezes, de 19
de outubro a 6 de dezembro de 1835, de 5 de agosto a 8 de setembro de 1836, de
23 de março de 1828 a 21 de janeiro de 1839, de 28 de março a 23 de julho de
1839, e de 19 de dezembrode 1841 a 28de dezembro de 1842).
Em 18 de julho de 1841, foi nomeado
Comendador da Imperial Ordem da Rosa.
Tornou-se notória a sua participação
no movimento armado conhecido como Revolta de Santo Amaro, ocorrido em novembro
e dezembro de 1836. O movimento envolveu os líderes do Partido Conservador contra lóderes do Partido
Liberal, e teve por motivdo a falsificação das atas da eleição para a escolha dos deputados à Assembléia Legislativa.
A falsificação favoreceu o partido Conservador, cujas forças foram comandadas
pelo coronel Sebastião Boto. As do partito Liberal, tiveram como comandante o
coronel e presidente Bento de Melo Pereira
(cunhado de Sebastião Boto). Os candidatos Sebastião Boto (Conservador) e
Antônio José da Silva Travassos (Liberal) eram candidatos. Durante a apuração,
verificou-se que a vitória era dos liberais, faltando apurar-se, apenas, os votos de Lagarto. A comissão apuradorora suspendeu
a contagem, aguardando a demorada e suspeita votação de Lagarto. Uma vez recebida a ata,
verificou-se que a mesma fora falsificada a favor dos candidatos do partido
Conservador. Os partidários dos liberais iniciaram os protestos em frenta ao
palácio provincial e deram entrada ao pedido de anulação da eleição. Diante da
indiferença do presidente da provincia, os liberais iniciaram o movimento
armado a fim de depor o presidente e substituí-lo pelo 1º vice (Manoel
Fernandes de Barros, do Partido Liberal, que não aceitou, visto apoiar o
presidente). Os revoltosos ficaram concentrados em Santo Amaro das Brotas, de
onde atacaram, em 16 de novembro, os quarteis dos destacamentos de Aracaju e de
Laranjeiras, roubando armas e munição. Em 16 de novembro, assaltaram o quartel
da vila de Capela, sendo rechassados. O presidente Bento de Melo requisitou a
força da Guarda Nacional, aquartelada em diversas regiões da província mas a
resposta foi frustante. Apenas Maroim e Rosário (comandado pelo coronel Sebastião
Boto) permaneceram fieis ao governo. O presidente apelou para o presidente da Bahia. Este enviou 50 praças, 100 armas, 20
barris de polvora, 4.000 cartuchoa e uma peça de aria tilharia com a respectiva
guarnição.
Assim apetrechado, Bento de Melo,
com uma força de mais de 400 homens e duas peças de artilharia, atacou Rosário
do Catete. As forças rebeldes tomaram as entradas da vila e uma peça de artilharia
disparou contra o quartel general de Sebastião Boto, que bateu em retirada.Os
rebeldes, após o ataque, retomaram a vila de Santo Amar e ampliaram o poder de
fogo, com mais de 600 homens. As forças provinciais se reuniram em Laranjeiras,
com mais de 1.000 homens armados e algumas peças de artilharia.
Os rebeldes marcharam contra
Laranjeiras mas antes do confronto entram em acordo com os legalistas, ficando
os inssrrectos com o compromisso de depor as armas e o governo com a promessa
de rever a votação de Lagarto.
A trégua durou pouco. Os rebeldes
foram acusados de infringir as cláusulas do pacto, pretenderem atacar Maruim para roubar os armamentos
cedidos pela Bahia e assassinaram um marinheiro. Ao tempo em que fazia tais
acusações, as forças legalistas continuavam a amrar-se.
Em 19 de dezembro as forças do
governo, sob o comando do coronel Sebastião Boto, invadiram Santo Amaro. Os
rebeldes, tomados de surpresa, foram batidos. Os sobreviventes debandaram. Os
legalistas invdiram a vila, saquearam o comércio e os domicílios e prenderam,
ou matram, os feridos. Os líderes liberais fugiram e buscaram asilo em outras
províncias. O presidente Bento de Melo fez nova requisição à Bahia e continuou
a recrutar homens.Em 11 de janeiro de 1837, fez um novo ataque a Santo Amaro.
A luta continuou. Parecia que a
contenda nao teria fim, em parte pela manutenção do resultado das eleições e em
parte pelo empenho dos conservadores em punir os opositores asilados em
Alagoas. O Governo Imperial acabou intervindo. O pesidente Bento de Melo foi
afastado e as eleições foram anuladas. Em 25 de fevereiro de 1837, foi
decretada a anistia. Os processos e as condenações contra os envolvidos na revolta foram
arquivados...
Nas vezes em que ocupou a
presidência de Sergipe, Sebastião Boto promoveu o progresso e o desenvolvimento da
capitania. Construiu a casa de prisão de Laranjeiras e reformou a de São Cristióvão:
tentou colocar em funcionamento da Escola Normal criada pela Lei Provincial de
16 de fevereiro de 1838: cuidou de instalar o Colégio de Artes Mecânicas, para
o ensino dos órfãos pobres, exposto e filhos de pais indigentes que chegaram a
idade de dez anos sem conseguir ocupação útil; desenvolveu a Instrução Pública:
organizou os destacamentos da Guarda Nacional em Larajeiras, São Cristóvão e
Estância: adquiriu uma tipografia para publicação dos atos de seu governo: melhorou
as barras dos rios Cotinguiba e Sergipe: promoveu gestões junto ao Governo Imperial
para melhoramentos nas baras do Rio Real e do Rio São Francisco, etc. etc.
Sebastião Boto faleceu em São
Cristóvão em 31 de maio de 1884.
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