JOSÉ JOAQUIM PEREIRA LOBO
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José Joaquim Pereira Lobo, mais
conhecido como Pereira Lobo, nasceu em São Cristóvão, no dia 23 de dezembro de
1864, sendo seus pais Joaquim José Pereira Lobo e Joana Rosa de Vasconcelos
Pereira.
Estudou as primeiras letras em
sua cidade de origem. Fez o curso secundário na Escola Militar do Rio de
Janeiro, onde completou sua formação, diplomando-se em engenharia.
Iniciou a carreira profissional como diretor
fiscal de obras militares. Depois, ocupou os cargos de Chefe do Serviço
de Estado Maior da Primeira Brigada Estratégica, membro do Conselho Superior de
Instrução, diretor do Hospital de Misericórdia e chefe de gabinete da Direção
Geral de Artilharia,
Iniciou a vida pública em
1893, como deputado estadual. Depois, foi vice-presidente (1896-1898), presidente
(1918-1922) de Sergipe e Senador (1914-1918) (1923-1930).
Coube a Pereira Lobo organizar e
promover as festividades do primeiro centenário da emancipação
política de Sergipe. Com este objetivo presidiu a Comissão Organizadora
formada por Hunald Santaflor Cardoso, Antônio Batista Bitencourt e José Sobral
da Silva Morais. Da comemoração contaram:
1- REFORMA DO PALÁCIO OLÍMPIO
CAMPOS:
Ao tomar posse, em 24 de outubro de 1918, Pereira Lobo assumiu o
compromisso de dar seguimento à reforma do Palácio Olímpio Campos, iniciadas pelo
seu antecessor. Para cumprir o prometido, contratou um grupo de artistas italianos que se
encontrava em Salvador, composto de Oresti Cercelli, arquiteto e pintor que se inspirou em
um palácio de Florença para o projeto da parte externa; Belando Belandi,
arquiteto e escultor; Bruno Cercelli, pintor, filho de Oresti Cercelli; Orestes
Gatti, escultor, fundidor e pintor; Fiori, fundidor; Frederico Gentil, assentador;
Pascoal Del Chirico, modelador das esculturas que compõem as fachadas. Além destes, contou com outros profissionais da mesma origem, como Ncola Mandarino e
Augustonini Marozzi (que acabaram residindo em Aracaju; Rafaelle Alfano, Mario
Novette e Tomás Mutti. Algumas curiosidades ficaram guardadas para sempre como “a do pintor que usava o pincel e tinta com tanta maestria,ao ponto de ir
trabalhar – e pintar – vestido de terno branco sem ter o seu traje manchado com
uma gota de tinta, sequer”...
2- INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO A TOBIAS BARRETO:
Elaborado pelo escultor Lourenço Petrucci, e colocado na praça Tobias
Barreto, em Aracaju.
3- INAUGURAÇÃO DO ENTREPOSTO
ESTADUAL, SITUADO NA RUA SIRIRI:
Obra iniciada
no governo de Oliveira Valadão, para servir de mostruário da produção
industrial de Sergipe. A Exposição-Feira do Centenário foi realizada Corpo de Bombeiros.
4- ELABORAÇÃO DO “ALBUM DO ESTADO”:
A
organização desse álbum foi confiada a Clodomir Silva. “Obra monumental, de
pesquisa e de documentação, em formato grande, ilustrado, segundo modelo de
outros Estados, impresso nas oficinas do jornal “O Estado de São Paulo” (Luiz
Antônio Barreto). Para sua realização o fotógrafo Leone Ossovigi percorreu
a capital e o interior, tirando fotos.
Outro fotógrafo, do Rio de Janeiro, fotografou praças, ruas, avenidas, o interior e o exterior do Palácio Olímpio
Campos, formando uma coleção editada por Guilherme Rogatto. Digno de nota é a
impressão em cores da Bandeira do Estado.
Nesta obra prima Clodomir descreve em
oito capítulos a história de Sergipe, dá informações minuciosas
sobre os municípios, cidades, vilas e povoados; relaciona as Repartições
Estaduais e Federais e os jornais da capital e do interior; biografa sergipanos ilustres,
como Tobias Barreto, Sílvio Romero, Felisberto Freire, Horácio Hora, José de
Faro Rollemberg, e outros; oferece mapas estatísticos, e dá outros informes importantes.
5- INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO DO
CENTENÁRIO:
Para essa “Exposição” foi utilizado grande parte do acervo destinado
à Segunda Grande Feira Anual, realizada
em 1919, no Rio de Janeiro. Este acervo era composto por amostras de tecidos fabricados nas fábricas existentes no estado (duas em
Aracaju, duas em Estância, uma em São Cristóvão e uma em Propriá); amostras do
Curtume de Canindé; óleo de coco
produzindo por uma fabrica de
propriedade de José Alcides Leite; sabão produzido por uma fábrica, de
Jardelino Porto; óleo de rícino, da fábrica de Cravo & Cia (Neópolis);
vinhos da fábrica de Leopoldo de Araújo Souza, charutos “Walkiria”, conhaque e
vinhos da marca “Lua”, de Estância; vinhos da fábrica de Manoel Natureza;
produtos da funilaria de Nicolau Mandarino e óleo de rícino da Fábrica Aliança,
de propriedade do farmacêutico Moisés de Carvalho, residente em Estânca, etc.
O Presidente José Joaquim Pereira
Lobo faleceu no Rio de Janeiro, no dia 24 de fevereiro de 1933.
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