sábado, 24 de janeiro de 2015

37- MANOEL FERNANDES DA SILVEIRA

 
PALÁCIO PROVINCIAL DE SÃO CRISTÓVÃO
 SERGIPE
(HOJE, MUSEU HISTÓRICO) 

=MANUEL+FERNANDES+DA+SILVEIRA


Em 8 de julho de 1820, D. João VI proclamou a Independência de Sergipe, mas a Carta Régia só chegou ao conhecimento dos sergipanos quase quatro meses depois, em 24 de outubro.  
Da Carta Régia até a posse do primeiro presidente, a nova província viveu quatro anos de incertezas, Carlos César Burlamarqui foi nomeado para instalar a Capitania mas só assumiu em 20 de fevereiro de 1821.  Sergipe era um importante polo sucoalcooleiro e sua elite não tinha interesse na emancipação porque ela dependia da Bahia, econômica, financeira e comercialmente. Por sua vez, a Bahia, com a independência de Sergipe, perdia uma importante fonte de impostos. Com o apoio de Portugal e da elite sergipana,  a Bahia ocupou São Cristóvão e reincorporou Sergipe ao seu território. Carlo Burlamaqui foi deposto, preso e remetido para Salvador. De 1822 a 1824, a província foi governada por uma Junta presidida por José Mateus da Graça Leite Sampaio, cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, nascido  em Divina Pastora. Proclamada a Independência do Brasil, D.Pedro I, em 5 de dezembro de 1822,  confirmou a Carta Régia de D. João VI e elevou São Cristóvão à condição de capital; no ano seguinte nomeou o brigadeiro Manoel Fernandes da Silveira, presidente.
O primeiro presidente de Sergipe nasceu em Estância, em 1757 e tomou posse em São Cristóvão, no dia 5 de março de 1824. Filho de um sargento-mor,foi criado em Sergipe, onde adquiriu fama de homem dedicado aos seus deveres. 

O brigadeiro Manoel Fernandes enfrentou muita dificuldade. Ao tentar o equilíbrio das finanças e organizar o governo, enfrentou  reação. Afirma Felisberto Freire, que o principal obstáculo foi o “infrene militarismo”. “De 1822 em diante, a guarnição de São Cristóvão tendeu interferir nos negócios públicos. Todas as aclamações e  juramentos de Constituição foram por ela promovidos” (Ibidem). Em 1º de novembro de 1824, o comandante das armas, Manuel da Silva Daltro, diante da sublevação de suas tropas, fugiu para o Rio Comprido e ali, com o concurso de Henrique Maciel, projetou a derrubada do governo. Convocou as forças de Itaporanga da Ajuda, Laranjeiras e Rosário do Catete, mas o plano fracassou e Daltro viu-se obrigado a pedir desligamento de  suas funções, alegando motivo de saúde. Freire informa que os oficiais que conspiraram foram presos e enviados para a Bahia, submetidos a Conselho de Guerra e o senhor do Rio Comprido, antes de ser absorvido, esteve foragido. De qualquer forma, “como o prestígio dos implicados era muito forte, terminaram absorvidos e permaneceram influentes”
Felisberto Freire aproxima o presidente Silveira de seus opositores. Acusa-o de nepotismo. Alega que “como co-reu da deposição que a guarnição quis fazer, estava Henrique Luis de Araújo Maciel, entregue a justiça pública, pelo que não exercia suas funções de membro do conselho para que foi eleito, sendo substituído por um irmão do presidente”.,,
Em um ambiente conturbado e conflitante , o primeiro presidente de Sergipe deixou o governo em 15 de fevereiro de 1825, pouco antes de completar um ano na direção da província.

Faleceu em Salvador, em 26 de novembro de 1829, com 72 anos de idade.



36- JOÃO VIEIRA LEITE

 
JOÃO VIEIRA LEITE
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João Vieira Leite nasceu no Engenho São Félix, município de Santa Luzia, no dia 4 de setembro de 1867, sendo seus pais o Coronel Sisenando de Souza Leite e Adelaide de Souza Leite.
Fez os primeiros estudos na Vila do Conde (Bahia). Depois, mudou-se para a capital baiana, onde concluiu os preparatórios e ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia. Naquela casa de ensino, freqüentou o curso de medicina com assiduidade e proveito, colando  grau no dia 27 de outubro de 1890. Sua tese de doutoramento, in titulada “Apreciação dos métodos operatórios gerais adotadas na operação cesariana”, foi aprovada com louvor pela Congressão daquele vetusto berço da medicina brasileira.
 
Regressando a Sergipe, fixou residência na cidade de Estância, onde abriu consultório. Filho de uma família tradicional, gozou, desde o início  elevado conceito, sendo considerado um profissional dedicado, inteligente e humanitário.
Exerceu, em sua terra natal, vários cargos,  inclusive os de natureza política. Foi delegado de polícia em duas ocasiões diferentes, Intendente Municipal (nos anos de 1897 e 1898), deputado estadual (de 1804 a1895 e de 1896 a 1897, administrador da Mesa de Rendas Estaduais (1895-1897), diretor do Hospital Amparo de Maria, e  delegado de higiene.
Como diretor do Hospital Amparo de Maria,  transformou-se em seu maior benfeitor. O hospital, fundado em 10 de maio de 1860, era um dos mais antigos do Estado, necessitando, portanto, de muito esforço para sua conservação. Consciente desta imperativo, João Vieira não mediu esforço, e a ele se dedicou,  de corpo e alma. Clodoaldo Ferreira Filho, em seu livro “História do Hospital Mais Antigo de Sergipe, em Funcionamento”, declara textualmente:  “O jovem médico clínico João Vieira Leite observando as deficiências nas instalações improvisadas do pequeno hospital no qual também doava seus préstimos profissionais, começou a disseminar a ideia da necessidade de se dispor de uma nova sede definitiva para aquela casa de saúde. Para a realização desse desiderato, não mediu esforços, inclusive com sacrifício de seu próprio bolso’.
Como delegado de higiene prestou relevantes serviços, durante uma epidemia de varíola que ocorreu em Estância.
Além de médico dedicado e político atuante,  João Vieira exerceu o jornalismo,  colaborando nos periódicos locais, especialmente no jornal “A Razão”
Como deputado estadual, lutou pelos  interesses do povo sergipano, pelo que foi eleito  presidente da Assembleia Legislativa e,  nesta condição, assumiu a Presidência de Sergipe durante 44 dias, após a deposição de José Calazans.
João Vieira  teve carreira meteórica como médico, político e jornalista, mas o Destino o surpreendeu com uma tragédia. Com apenas 35 anos de idade, começou a apresentar um distúrbio psiquiátrico, que foi  rapidamente se acentuando. Conduzido  para o Rio de Janeiro, onde deveria se submeter a tratamento, foi enclausurado no vapor “Manaus”, da Cia. Esperança Marítima.  Ao chegar nas imediações do porto de Vitória, no Espírito Santo, foi acometido de violenta crise de autoflagelação, em conseqüencia da qual veio a falecer em presença de seu irmão e colega, Berilo Leite, no dia 21 de janeiro de 1902.  Seu corpo foi sepultado no dia seguinte, na capital do Espírito Santo, de sua cidade natal e de sua família.
 
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Bittencourt, Liberato – Homens do Brasil-Sergipe. Rio de Janeiro, 1917.
Dória, Epifanio – Efemérides Sergipanas, vols. 1 e 2. Aracaju, 2009.
Ferreira Filho, Clodoaldo – A história do hospital mais antigo de Sergipe em funcionamento . Aracaju, 2002.
Guaraná, Armindo – Dicionário Bibliográfico Sergipano. Reio de Janeiro, 1927.
 
 
 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

35- BRICIO CARDOSO

 
ESTÂNCIA, SERGIPE
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Bricio Maurício de Azevedo Cardoso, mais conhecido como Brício Cardoso, nasceu em Estância, em 9 de julho de 1844, sendo seus pais Joaquim Maurício Cardoso (advogado e professor de matemático, geografia e francês)  e Joana Batista de Azevedo Cardoso.
Aprendeu as primeiras letras, e iniciou o curso de humanidades, em sua cidade natal, tendo como preceptores seu própriio pai,  seu tio materno,  (cônego José Luis de Azevedo), o professor Florentino Telles de Menzes, os drs. Antônio Ribeiro Lima e Galdino Barbosa de Araújo, e o padre Quirino José de Souza, professor de latim e seu grande amigo (sacerdote de grandes virtudes e muito saber, elevado ao bispado de Goiaz, depois que D. Pedro  o conheceu pessoalmente).
Depois, mudou-se para Salvador, onde estudou no Atheneu Bahiano, onde foi discípulo de frei Antônio  da  Virgem Maria Itaparica, seu professor de filosofia.
Antes de fazer os exames preparatórios, retornou a Estância, como substituto da cadeira de geometria e professor de primeiras letras da vila do rafEspírito Santo,
Em janeiro de 1860, estando D. Pedro II em excursão às províncias do Norte, examinou em Estância, latim, francês, geografia e gramática e alguns alunos se distinguiram. Bricio foi um deles, conforme se lê em seu diário de viagem.
Em 24 de outubro de 1970, quando da regulamentação do Atheneu, Brício Cardoso foi nomeado professor público do ensino primário superior na sua cidade natal. Quatro anos depois, em 27 de abril de 1874, ele foi removido para a cadeira de retórica em Aracaju, no Atheneu Sergipense, onde também lecionou história universal e história de Sergipe, filosofia e língua portuguesa. Além de professor do Atheneu, foi, também, professor de português na Escola Normal (da qual foi diretor, de 1877 a 1879), No Parthenon Sergipense, fundado por Ascendino Ângelo dos Reis, ensinou filosofia e retórica; no Colégio São Salvador lecionou gramática, matemática e geografia e no Colégio Tobias Barreto, sob sua direção, e instalado em Aracaju pelo seu sobrinho, Prof. José de Alencar Cardoso, ensinou português, latim e história universal.
Além de professor de várias disciplinas, Bricio Cardoso foi um eminente homem de letras. Seu livro “Tratado de Vernácula”, escrito em 1975. É considerado uma obra prima. Embora aprovado em 1878 pelo Conselho Superior de Instrução Pública da Bahia,  somente foi editado em 1932, oito anos depois da morte do autor.
Também escreveu romances;  seu romance mais conhecido é “Herpes Sociais”, publicado em folhetins, no jornal “Bahia Ilustrada. É também autor de  peças teatrais. Destas, as mais populares são “Madrasta e Enteada”, o drama “A Ceguinha” e a peça “O Escravo Educado”
Como jornalista sua atuação foi trepidante, de vez que  escreveu para vários jornais de Sergipe e da Bahia, tais como  “Bahia Ilustrada”, “Phenex”, “Jornal dos Caixeiros”,  “Gazeta de Aracaju”, “O Republicano” , “Jornal de Aracaju”, “A Notícia”, “O Estado de Sergipe”   “Correio de Alagoinhas”, “Sul de Sergipe”, ”Jornal do Comércio”, “O Guarany”, “O Tempo”, “Diário da Manhã”, “A Cruzada”,etc. Vezes assinava seu próprio nome, vezes outras utilizava pseudônimos. Abordava variados temas no campo da educação mas dava preferência aos estudos da língua vernácula, ao ensino primário e à formação de professores. Fundou, com seu irmão Severiano Cardoso, os periódicos “Bahia Ilustrada” (1867-1870). “Phenix” (1870), “Jornal dos Caixeiros” (1870) e “Gazeta do Aracaju (1879-1889). Sob sua exclusiva redação, foram lançados  “O Republicano” (1879-1889)(1890-1893), “Jornal do Aracaju” (2º, em 1894), “A Notícia” (1896-1898) e o “Estado de Sergipe” (1898=1901).
Como homem público, desempenhou vários cargos. Foi deputado provincial (1878-1879) e deputado constituinte e deputado estadual (em várias legislaturas). Também foi membro do Conselho Municipal de Aracaju e secretário de Estado nos governos do General Valadão e Martinho Garcez.
Brício Maurício de Azevedo Cardoso faleceu em Aracaju, na rua Itabaiana, em 21 de novembro de 1924, aos 80 anos de idade.
Um de seus filhos, Maurício Craccho Cardoso, foi  presidente de Sergipe de 1927 a 1829 e de 1930 a 1933.
Outro filho, Hunald Cardoso,falando sobre Brício Cardoso, afirmou>  “ A chave dos seus triunfos, como escritor e professor, provinha do seu conhecimento da várias línguas – francês, italiano, latim e grego, de cujas literaturas era juiz competente, Não lhe saia o livro das mãos, senão quando a presença de alguém, a quem tivesse de atender, a isso o obrigasse. E, esgotada a provisão de obras ainda não deletreadas, volvia aos dicionários, que conservava sempre à mão, para os reler. Nos seus últimos anos de existência, afora os romances, os livros que mais o prendiam eram os seus clássicos latinos e a Imitação de Cristo. Limpo e castiço, era-lhe o estilo, modelado nas formas consagradas pelos clássicos. Era também Camões um dos seus inseparáveis companheiros”.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

34- OLIVEIRA VALADÃO

 
OLIVEIRA VALADÃO
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Manuel Prisciliano de Oliveira Valadão, mais conhecido como  Oliveira Valadão, político e   militar sergipano, nasceu em  4 de janeiro de 1849, em Vila Nova (atual Neópolis), sendo seus pais José Manoel de Oliveira Valadão e Maria José de Oliveira Valadão.
Aprendeu as primeiras letras em sua terra natal, após o que iniciou, aos 15 anos de idade,  a carreira militar e nela progrediu , até o posto de general de divisão. Foi Secretário do Ministério da Guerra, Chefe de Polícia do Distrito Federal e Secretário da Presidência da República no governo de Floriano Peixoto.
Na vida político-partidária foi deputado federal (1891-1903, 1903-1906 e 1906 a 1907), senador (1907-1912, 1912-1914 e 1919-1921) e governador de Sergipe (1894-1896 e 1914-1918).
Como homem de letras, além de colaborar nos jornais “O Comércio” (Porto Alegre), “A Imprensa” (Rio de Janeiro), “Jornal de Macéió” (Maceió), “Correio de Aracaju” (Aracaju) e “Estado de Sergipe” (Aracaju), publicou os seguintes trabalhos:
  • O Realismo Mal Interpretado (Maceió, 1882)
  • Entre a Espada e a Parede (Porto Alegre, 1887)
  • Eleição de Sergipe (Aracaju, 1897)
  • Política de Sergipe (Rio de Janeiro (1904)
  • Carta Aberta (Aracaju, 1905)
  • Eleições em Sergipe (Aracaju, 1905).
Dentre as honrarias que recebeu, merecem destaque a condecoração da Ordem da Rosa e a da Ordem de Aviz, a Medalha do Mérito Militar da Campanha do Paraguai e a Medalha de Prata conferida pelo governo argentino.
Como  presidente de Sergipe promoveu vários melhoramentos, notadamente construção, e/ou reforma, de prédios públicos (Assembléia Legislativa, Palácio do Governo, Chefatura de Polícia, Biblioteca Pública, etc) e melhoria do ensino primário e secundário. Ampliou o número de estabelecimentos, que eram no  ensino primário, apenas, 2 grupos escolares e 221 escolas isoladas. Quando ele tomou posse, a maioria destes estabelecimentos não tinha, sequer, carteiras para as crianças estudarem. O ensino secundário dispunha, somente, do Atheneu Sergipense e da Escola Normal, aquele com 75 vagas e esta com 135. Incentivou o ensino privado que possuía, no início de seu governo,  112 escolas primárias e 3 estabelecimentos secundários: 2 na Capital (dentre eles o Colégio Tobias Barreto, fundado pelo insigne educador Brício Cardoso) e 1 em Propriá.
O acontecimento mais importante de sua administração foi a inauguração da estrada de ferro Timbó/Propriá. A respeito deste melhoramento Oliveira Valadão, em mensagem que encaminhou à Assembléia Legislativa, afirmou: “Entre os dias de maior júbilo em minha vida, contarei este – 5 de agosto de 1915 – em que, à testa do governo do Estado, tive a grata satisfação de ver partir desta capital, ao som de estreptosas aclamações, o trem inaugural do último trecho da Estrada de Ferro do Timbó a Propriá e do seu importante ramal da Murta a Capela. Na História de Sergipe, aquela data ficará sendo uma das mais memoráveis e ao mesmo tempo um traço inextinguível do patriótico empenho com que os nossos representantes no Congresso Nacional, em 1903, se esforçaram pela conquista deste grande melhoramento”.
Outro marco importante foi a inauguração do Asilo Rio Branco, em Aracaju. O Asilo Rio Branco é uma Instituição filantrópica fundada em 1º de outubro de 1911, na antiga sede da Associação nComercial, ocasião em que foi criado seu órgão mantenedor, a Fundação Asilo de Mendicidade. A iniciativa é da autoria de Idalino Rodrigues Dantas que muito se esforçou para o lançamento da pedra fundamental, em 2 de abril de 1913. O presidente de Sergipe era o General José de Siqueira Menezes que viabilizou a construção do empreendimento. O General Oliveira Valadão, seu sucessor, deu continuidade a obra que foi inaugurada em 20 de outubro de 1918 (4 dias antes do término do seu governo). Em agradecimento, Oliveira Valadão se tornou o presidente honorário da Instituição.
O General Oliveira Valadão faleceu em 10 de novembro de 1921. uNaquela ocasião, e nos anos subseqüentes, foram prestadas várias homenagens à sua memória. Duas delas, situadas na Capital do Estado,  merecem destaque: o Grupo Escolar Oliveira Valadão e a Praça Oliveira Valadão. A praça, inaugurada em 24 de outubro de 1924, teve em anos passados, grande importância porque ficava próxima aos mercados municipais, a zona portuária, e a antiga Estação da Leste Brasileiro. Neste local foi construída uma das principais edificações de Aracaju, o edifício da cadeia pública. Hoje esta praça está cercada de prédios importantes como os da Receita Federal, da Secretaria de Saúde (Palácio Serigy),  do Banco do Brasil, e  o antigo Hotel Pálace.
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

33- FLORENTINO TELES DE MENEZES

 
florentino+teles+de+menezes
 
Florentino Teles de Menezes nasceu em 1886, em Aracaju, sendo seus pais Álvaro Teles de Menezes (médico) e Francina Teles de Menezes.
Fez os estudos iniciais em Aracaju, onde concluiu os preparatórios, após o que mudou-se para Recife a fim de estudar Engenharia. Depois, transferiu-se para o Rio de Janeiro , onde foi acometido de beribéri e abandonou os estudos. Recuperando a saúde, resolveu estudar Medicina na capital da República mas desistiu da idéia, Mudou-se para a Bahia, onde matriculou-se na Faculdade de Medicina, e abandonou o curso no terceiro ano médico.
Retornando a Aracaju, foi nomeado, em janeiro de 1912, 2º Escriturário do Tesouro do Estado. Bastante  animado, alimentou muitas idéias meritórias.. Uma delas foi a da criação do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Impulsionado por esta idéia,, iniciou uma série de contatos, Quando julgou que a iniciativa estava amadurecida, reuniu  21 personalidades influentes e promoveu o ato de fundação, em 06 de agosto de 1912. Abriu a sessão, explicou a finalidade da Instituição e sugeriu o nome de João da Silva Melo para seu primeiro presidente, o que foi aceito por todos. Florentino não presidiu o Instituto mas ajudou, como membro da diretoria ou de suas comissões, e de tal modo o fez que o seu nome ficou incorporado à História..
Leitor assíduo dos clássicos, familiarizou-se com as diversas tendências literárias, sobretudo com as obras dos positivistas e evolucionistas como Augusto Comte, Spencer e Durkheim, dos socialistas como Novococ, Eduard Bernstein e Gustave Le Bom e dos individualistas como Nietzsche. Assimilado o pensamento destes autores, dedicou-se a escrever e divulgar seus ensinamentos, Foi assim que publicou, naquele ano de 1912, sua primeiro livro, intitulado “Estudo Corográfico e Social do Brasil”, no qual questionou a divisão territorial do país. Em 1913, editou “Leis de Sociologia Aplicada ao Brasil”, abordando o desenvolvimento e o progresso à luz das leis sociológicas. Em 1916, deu à luz a obra “Desenvolvimento Intelectual dos Povos” e, em 1917, editou seu quarto trabalho, intitulado “Escola Social Positiva”, no qual defendeu 4 princípios:
1-Substituição da atual aristocracia capitalistas por uma  aristocracia intelectual,
2-Passagem da propriedade e do capital para a coletividade por meio de empresas autônomas,
3-Manutenção e educação do indivíduo até a finalização de sua formação universitária,
4-Reconhecimento dos direitos  civis e políticos da mulher.
As  greves ocorridos em São Paulo, provocaram intensa reação em seu espírito, o que o levou a publicar “A More de um Regime”, inspirado na Revolução Bolchevista. Para ele o operariado brasileiro ainda não tinha alcançado o grau de cultura indispensável para a conquista de seus direitos, pelo que o movimento grevista de São Paulo não teve repercussão em Aracaju. Nesta linha de pensamento afirmou que “a maioria dos intelectuais de Sergipe, residente no Estado, ou são infensos ao socialismo ou pelo menos encaram-no com uma indiferença que nos enche de desânimo e tristeza.”
A partir de então, passou de simples teórico para ativista militante, promovendo reuniões com o objetivo de discutir os direitos do povo e com isto conseguir uma transformação social. Surgiram reações tão fortes que se espalhou a notícia de que ele estava promovendo um movimento subversivo. Tentou aproximar-se do Centro Operário, mas apenas seis ou oito sócios lhe deram ouvidos. Face tamanha decepção, tentou transformar o Centro Operário em uma sociedade de propaganda socialista, ou criar um novo Centro Operário, totalmente deferente. Optou pelo segundo caminho e continuou escrevendo artigos expondo sua proposta. Em um desses artigos, intitulado “A Propaganda Socialista em Sergipe” declarou-se franco partidário da Revolução, revolução que se processaria, não  através do punhal, do veneno, ou da dinamite, e sim por meio da palavra, das idéias, do amor, da paz, da esperança e da justiça. Assim procedendo, elogiou o presidente do Estado, Oliveira Valadão, e prestigiou o exército e a armada. Para espanto de alguns,  foi nomeado Alferes do Primeiro Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional de Aracaju.
Nesta altura reuniu seus artigos em um opúsculo denominado “Partido Socialista Sergipano, Apelo ao Centro Operário” e lançou um manifesto convocando  as classes para participarem da criação do “Centro Socialista Sergipano”, O Centro foi fundado em 19 de março de 1918, em solenidade pública realizada na Biblioteca Pública. Discursando na ocasião, declarou que “o ideal socialista é o único capaz de salvar o homem moderno da degradação moral em que caiu; ele é o ideal do amor, da verdade e da justiça. Já é tempo de começar a luta. Na Rússia a República Socialista já é uma realidade”. A solenidade contou com a presença de 57 pessoas que escolheram Manoel Passos de Oliveira Teles presidente, o qual também discursou. O professor José de Alencar Cardoso, diretor do Colégio Tobias Barreto, foi eleito 1º Vice Presidente e o professor Artur Fortes escreveu o hino socialista sergipano, No dia 14 de julho, em comemoração a Queda da Bastilha, Helvécio Andrade pronunciou uma palestra, com o título “Socialismo e República”, e no dia 15 de setembro foram discutidos e aprovados os estatutos da entidade. No mesmo ano de 1918, Florentino fundou o Centro Pedagógico Sergipano que também não foi avante.
Em 19 de maio de 1923, Florentino criou o Centro de Propaganda pelo Voto Secreto e foi um de seus mais ativos participantes.
Em 1925, com a Reforma Rocha Vaz, foi instituída a disciplina de Sociologia Geral, na grade curricular do  ensino médio. Florentino concorreu ao concurso com a tese “Estudo de Sociologia. O Processo de Seleção da Sociedade”. Aprovado, tomou posse em 1926 como professor catedrático do Colégio Ateneu D. Pedro II, do qual foi, no ano seguinte, vice-diretor. Em 1928, fez parte do Conselho de Ensino do referido estabelecimento de ensino.
Em 1928, lançou a idéia de transformar a Serra de Itabaiana em um centro turístico e, no mesmo ano, iniciou a campnha em favor da sede própria do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.
Em 1929, participou da fundação da Academia Sergipana de Letras, onde ocupou a cadeira 28, cujo patrono é Antônio Fernandes da Silveira.
Na década de 1930, atingiu o ápice de seu prestígio e  reconhecimento. Correspondia-se com sociólogos do Brasil e de outros países e enviava seus trabalhos (que eram bem recebidos) para intelectuais da Argentina, do México e da Europa.
Dentre as honrarias recebidas, destacamos a de sócio correspondente de vários Institutos Históricos brasileiros,  medalhas de ouro e de prata da Sociedade Acadêmica de História Internacional de Paris,  membro honorário da Academia de Física e Química da Itália e “Ramo de Ouro” da Academia Latina de Ciências, Artes e Belas Letras.
Em 1946, publicou mais um livro, “Sociedade e Sacrifício” e foi homenageado na solenidade comemorativa dos 34º ano de fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Em 1953, o prefeito Marcos Ferreira de Jesus sancionou lei denomiando com o nome de Florentino Menezes, a antiga rua São Vicnte.
Afastado da cátedra, morando com suas irmãs na Rua Pacatuba, em Aracaju, foi se isolando cada vez mais dos  intelectuais e da sociedade de Sergipe.. Quando sua aposentadoria se tornou insuficiente para  sua manutenção, a Assembléia Legislativa aprovou a recuperação de  seus proventos. Apesar disso, não teve o recurso para editar seu último livro, o que só foi possível graças a intermediação de terceiros, em 1952.
A respeito dos últimos anos de Florentino Menezes, disse José Ibarê Costa Dantas (historiador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, de quem  extraímos esta pequena biografia): “Velhice de homem adoentado, solitário, amargurado e nervoso,  que chegou a evitar até a presença de parentes. Alguns intelectuais vez por outra divulgavam na imprensa notas sobre a receptividade que sua obra encontrava no exterior e isso o confortava. Cada vez mais adoentado, alguns parentes e amigos assistiram-no até 20 de novembro de 1959, quando faleceu o grande pioneiro da Sociologia em Sergipe que agitou e iluminou o meio intelectual do seu Estado com sensibilidade, lucidez e capacidade de visualização.”
 
 
 
 

32- JOÃO BEBE-ÁGUA


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João Nepomuceno Borges, conhecido como João Bebe-Água, nasceu em São Cristóvão, em 1823, sendo seu pai o capitão Francisco Borges da Cruz. Alguns afirmam que João Nepomuceno Borges nasceu em Itaporanga d´Ajuda. É fato inconteste que ele provem de uma família pequena e que tinha, apenas um irmão chamado Silvério de Costa Borges.
Não sabemos onde e com quem estudou mas é sobejamente conhecido  que ele sabiaer e escrever, e erceu cargos de representatividade em São Cristóvão, Laranjeiras e Santo Amaro das Brotas. Foi indicado para o cargo de Escrivão da Alfândega e Mesa de Rendas de Santo Amaro, em março de 1936, ano da Revolta que eclodiu naquela cidade. Com a Revolta, foi transferido para Laranjeiras, em janeiro de 1837, com o cargo de amanuense interino, sendo demito no mesmo ano. Segundo o historiador Sebrão Sobrinho, depois de ser demitido, João Nepomuceno recebeu um convite para ser Patrão-mor da Mesa de Rendas da Barra dos Coqueiros. Neste período residia em São Cristóvão, na  rua que atualmente leva o seu nome. Segundo a mesma fonte, em meados de 1847, “ele já estava envolvido com a política local, tinha idéias conservadoras e uma vida ativa na sociedade de São Cristóvão”. Tinha em sua própria casa uma bodega onde comerciava gêneros alimentícios e bebidas,
Trata-se, portanto, de uma pessoa razoavelmente inteligente  e capaz de exercer os cargos para os quais foi indicado.
Diz a lenda que ele arregimentou 400 homens em protesto contra a transferência da Capital para o povoado de Santo Antônio de Aracaju. Conta-se que publicou trabalhos no “Pasquim”, sob pseudônimo de “Nunes Machado” (líder da Revolução Praieira, ícone do partido liberal, assassinado à frente dos revoltosos do Recife, em 11 de dezembro de 1848).
Logo depois da transferência da capital, ele se rebelou, declarando bem alto e em bom som que jamais pisaria em Aracaju. Por isso guardou atrás da porta de sua casa os foguetes que soltaria quando São Cristóvão voltasse a ser  Capital.
João Bebe-Água era membro da Irmandade de Amparo dos Homens Pardos, cumpria todas as obrigações religiosas e freqüentava a igreja com regularidade. Ocupou todas as funções da Irmandade, foi sineiro, zelador, sacristão, tesoureiro, avalista, procurador e presidente da confraria.
Dizem os cronistas  que ele era de cor parda, baixa estatura, gordinho, cabelos “amealhados”. Seu traje  era uma jaqueta, usava um lenço de rapé e uma catarina onde guardava fumo torrado. O fumo e o aguardente eram seus companheiros inseparáveis. A mudança da capital o desgostou a tal ponto que ele  se entregou ao álcool.
Não sabemos exatamente como morreu João Bebe-Água. Afirma João Pires Wynne que faleceu em 1896. Para Pedro Machado, Bebe-Água morreu em data incerta, em sua casa, na ladeira de São Francisco, próxima ao Convento do mesmo nome.
Todos concordam que ele nunca botou os pés em Aracaju e morreu pobre e desacreditado, agarrado ao sonho de São Cristóvão voltar a ser Capital.
Manoel dos Passos de Oliveira Teles, autor da primeira biografia desta figura lendária, afirmou: “Cuspiu todos os seus desprezos sobre a cidade nova, protestou que seus pés não pisariam nunca as suas areias e de fato morreu sem ver Aracaju. João Bebe Água soube ser patriota de coração. Não foi um louco, não foi um mendigo, foi um resignado. Daí a minha admiração...”


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

31- JOSÉ RODREIGUES DA COSTA DÓRIA

 
JOSÉ RODRIGUES DA COSTA DÓRIA
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José Rodrigues da Costa Dória, mais conhecido como Rodrigo Dória, ex-presidente de Sergipe, médico e professor universitário, nasceu no dia 25 de junho de 1959, em Propriá, sendo seus pais Gustavo Rodrigues da Costa e Maria Soledade Costa Dória
Estudou as primeiras letras em sua terra natal e fez os estudos posteriores em Aracaju, onde foi aluno do Atheneu Sergipense. Em 1877, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual recebeu o grau de doutor em medicina, em 16 de dezembro de1882.
Começou clInicando na cidade de Laranjeiras, onde permaneceu de 1883 a 1885. Depois, mudou-se  para Salvador, a fim de concorrer à vaga de professor adjunto de Medicina Legal e Toxicologia, em cujo concurso foi aprovado em primeiro lugar.
Rodrigues Dória viveu a “Idade de Ouro” de  Laranjeiras, considerada naquela época como  a Atenas de Sergipe. Laranjeiras aplaudia nos teatros Santo Antônio e São Pedro os maiores artistas nacionais; publicava nos jornais “Horizonte”, “Laranjeirense”, “Republicano”, “Cotinguiba”, “Novo Século” e “Gripho”, artigos, crônicas e ensaios  de  Felisberto Freire, Guedes Cabral, Fausto Cardoso, Manuel Curvelo, Josino Menezes, Moreira Guimarães, Balthazar Góes e Gervásio Barreto;  louvava a religião, a instrução, a caridade e o civismo, na Igreja de Sataninha, no Templo Presbiteriano, no Liceu Laranjeirense, nos Colégios Inglês, Americano e Santana, no Gabinete de Leitura e nos clubes republicanos (onde surgiram os primeiros republicanos de Sergipe). Era assim a Laranjeiras do final do século XIX,  glorificada pelo pincel mágico de Horácio Hora.,,
Nomeado por decreto imperial de 28 de novembro de 1885, Rodrigues Dória permaneceu como professor adjunto de Medicina Legal e Toxicologia, até 1888, quando prestou concur­so para a cadeira de Patologia Médica, vaga com a morte do conselheiro Demétrio Tourinho. Em 1981, foi nomeado substituto da 2º Secção (reforma Benjamim Constant). Em 1892 ocupou a cadeira de Botânica e Zoolo­gia Médicas, cadeira que depois se transformou em História Natural Médica e, por fim, Parasitologia.
Em 17 de março de 1981, tor­nou-se catedrático de Medicina Legal da Faculdade Livre de Di­reito da Bahia, da qual foi um dos fundadores. Inaugurou a tradição da cadeira de Medicina Legal da Faculdade de Direito ser ocupada pelo professor da mesma disciplina, na Faculdade de Medicina: Isto também ocorreu recentemente, com os professo­res Estácio de Lima e Maria Tereza Pacheco.
Em 1895, Rodrigues Dória foi eleito conselheiro municipal da Cida­de do Salvador, cargo que exerceu de 1895 a 1891. Em 1897, foi eleito deputado federal por Sergipe e como deputado federal per­maneceu por quatro legislaturas, comportando-se sempre como um político corajoso e atuante, inclusive durante o período do “estado de sitio” decorrente do atentado ao Presidente Prudente de Morais. Nesta ocasião vários parlamentares foram presos e o Vice-Presidente Manuel Vitorino foi considerado suspeito. Ele o visitou, desafiando a situação vigente.
Eleito presidente de Sergipe, tomou posse em 24 de outubro de 1908, com mandato até igual data de 1911. Com presidente, mostrou-se operoso administrador, esclarecido e independente. Seu governo foi um modelo de honestidade, operosidade e justiça. Premido pela falta absoluta de recurso financeiro, determinou que o tesouro do estado suspendesse o pagamento de seu salário.
No “Jonal do Povo”, edição de 13 de dezembro de 1922, declarou: “O que alguns não toleram é a minha independência.Não adulo ninguém nem admito que me adulem. Quero amigos, e não servos. Nunca entrei na casa de um doente pensando em remuneração, indagando a que partido pertence, em quem votou, ou quantos votos pode me dar”.
O jornal "Folha de Sergipe" edição de 23 de março de 1911, relata que a professora Isabel Giudice Lima, de Lagoa Vermelha (Boquim), assinou requerimento pedindo, no ultimo período de gravidez, noventa dias de licença. Ao receber o requerimento, o Presidente Rodrigues Dória deu o seguinte despacho: “Concedo o pedido sem vencimento visto não constitui moléstia o estado da suplicante nem situação independente da sua vontade”.
Apesar de nunca fechar os olhos e os ouvidos às críticas, nem considerar seus adversários como inimigos, Rodrigues Dória teve opositores intolerantes, como foi o caso de Gilberto Amado. que tendo sido nomeado para a Escola Normal de Aracaju, foi morar em Recife. Rodrigues Dória suspendeu o pagamento do salário. Dois anos depois, Gilberto Amado requereu o pagamento dos atrasados, o que foi negado. Este seria o motivo da desavença. 
Em 1915 representou o Estado da Bahia, a Faculdade de Direito, o Instituto Histórico e Geográfico e a Sociedade de Medi­cina Legal e Criminologia da Bahia, no 2° Congresso Científico Pan-americano, realizado em Washington.  Em 1916, represen­tou a Faculdade de Direito no 1° Congresso Médico Paulista. Em 1918 tornou-se sócio correspondente da Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro.
Afirma Garcia Moreno que o melhor trabalho de Rodrigues Dória é o que publicou sobre a maconha, em 1915. Diz textual­mente que este é um trabalho  clássico, que assinala o ponto inicial das pesquisas brasileiras a respeito do assunto. Ariosvaldo Figueire concorda, e acrescenta:  "Rodrigues Dória estudou e conheceu o outrora denominado "pito do pango" ou "fumo de Angola". Em entrevista publicada no jornal carioca "A Noite" edição de 21 de agosto de 1935, Rodrigues Dória afirmou que foram os escravos que trouxe­ram o vício da maconha. Afirmou que a Câmara Municipal do Rio de Ja­neiro, em sessão realizada no dia 4 de outubro de 1830, proíbiu a venda e o uso da maconha, multando o vendedor em vinte mil reais, e os escravos e mais pessoas, em três dias de cadeia.
Rodrigues Dória reformou a instrução pública, instituiu o servi­ço de identificação datiloscópica, construiu e inaugurou o novo edi­fício da Escola Normal, instalou a Escola de Aprendizes Artífices e tornou efetiva a exigência de concurso no preenchimento dos car­gos de magistério e do tesouro, então muito concorridos" (Ibidem).
Caráter reto e exemplar, acom­panhou o concurso do professor Abdias Bezerra à cadeira de fran­cês, no "Atheneu Sergipense" e resistiu às pressões da politica­gem local. Naquela ocasião, confessou a  "Carvalho Neto: “Meu amigo, Abdias Bezerra concorreu com vinte e três candidatos, os dois que entraram com ele no concurso e os vinte e um que mandaram pedir a cadeira!".
Apesar de não ter morado muitos anos em Sergipe,  costumava dizer: "Nasci e criei-me sergipano e sergipano desejo morrer."
Em 14 de junho de 1938, quando  estava em Salva­dor, ao descer de um bonde para ir à farmácia - onde compare­cia diariamente, seu paletó ficou preso no banco do veículo e ele foi arrastado. Em conseqüencia, Rodrigues Doria morreu em plena via pública, causando consternação em todos que o admiravam.
Eduardo Sá de Oliveira escreveu: "Quando da inumação do corpo do dr. Rodrigues Dória, foram prestadas homenagens especiais a esse eminente profes­sor e notável político, não somente por todas as classes da Bahia, mas também pelo seu estado natal, Sergipe. Em verdade foram todas essas homenagens muito justas, por se tratar de um varão que alcançou tão altas posições exclusivamente pela nobreza do seu caráter e pelo seu espírito peregrino"