terça-feira, 10 de março de 2015

55- AMANDO FONTES


AMANDO  FONTES
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Amando Fontes, jornalista, advogado e político sergipano, nasceu em Santos (São Paulo), em 15 de maio de 1899. Seu  pai era farmacêutico, sua mãe era dona de casa.
Amando foi para Aracaju aos 5 anos de idade,  após a morte de seu pai.  Ele foi criado pelos avós. Em Aracaju viveu a infância. Aos 12 anos, revelou  o gosto pelas letras. Leu todos os livros que chegaram em suas mãos. Aos 18 anos, conhecia os principais clássicos da literatura nacional e estrangeira.
Quando adulto, viveu em  Salvador, Rio de Janeiro  e Curitiba. Dedicou-se ao jornalismo, à advocacia e às letras. Trabalhou como revisor de impostos, advogado e professor de Lingua Portuguesa. Foi Deputado Federal por Sergipe em três legislaturas. Como homem de letras sofreu a influência de Jackson de Figueiredo, Garcia Rosa, Machado de Assis, Arthur de Sales e Carlos Chiachio. Na literarura estrangeira,  Flaubert, Balzac, Dostoievski e Gorki.
Como romancista, escreveu dois livros: ”Os Corumbas” (atualmente com mais de 22 edições) e “Rua Siriri”.
Lançado em 1933, “Os Corumbas” conta a história de Sá Josefa e Seu Geraldo, dois agricultores do interior de Sergipe que se conheceram em uma festa popular. Casaram-se, tiveram filhos (alguns morreram, outros viveram...). O tempo passou, as chuvas ficaram escassas, os usineiros e donos de engenhos pagavam uma ninharia, a vida se tornou insustentável. O casal se mudou para Aracaju com uma ninhada de filhos (três moças e um rapaz). Foram morar em um casebre no Alto de Santo Antônio, tentaram emprego em uma fábrica de tecidos, no Bairro Industrial. Pais e filhos viveram a exploração da força de trabalho barata. A existência se transformou em uma tragédia. O Autor descreve com extrema realidade a exploração dos trabalhadores de Aracaju, nos anos de 1920 e 1930. Neste romance, Alcântara Machado compara Amando Fontes ao escritor e dramaturgo russo Aleksei Görki.
“Rua Siriri” foi lançado em 1937. É um romance cujo tema central é a dura realidade das “mulheres damas” de Aracaju, nas primeiras décadas do século XX. Mariana, Esmeralda, Angelina, Djanira e Tita são as prostitutas protagonizadas por Amando Fontes. O Chefe de Polícia ordenou que as prostitutas deixassem as ruas Arauá e  Estância e fossem para uma  rua mais afastada, a Siriri. Elas ficaram revoltadas mas logo se resignaram. Amando descreve o drama sofrido pelas “mulheres da vida”. Digno de pena é o destino de uma delas, a jovem Djanira, estigmatizada pela sífilis. Há também o suicídio de Tita e a tragédia de Mariana. Além de expor, sem erotismo, o problema social das mulheres marginalizadas pela sociedade, o Autor  explora o processo de urbanização que a capital sergipana sofreu durante as primeiras décadas do século próximo passado.
Amando Fontes faleceu em 1º de dezembro de  1967.
 


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