ERONILDES DE CARVALHO
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Eronildes Ferreira de Carvalho,
médico, político e militar, ex-governador de Sergipe e ex-interventor, nasceu
no povoado Borda da Mata, em Canhoba, município de Propriá, no dia 25 de abril
de 1895, sendo seus pais Antônio Ferreira de Carvalho e Balbina Mendonça de
Carvalho.
Fez o curso primário no Colégio
11 de janeiro e o curso secundário no Liceu Alagoano, em Maceió, Alagoas. Em
1911, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, sendo por ela diplomado em 20 de dezembro de 1917, ocasião em que
defendeu tese sobre “O ópio na Terapêutica Mental”.
Quando estudante de medicina, foi
auxiliar do laboratório da cadeira de Terapêutica Clínica, interno do Hospital
São João de Deus, diretor da Beneficência Acadêmica, auxiliar da clínica
hospitalar do Prof. Antônio Borja. Concluído o curso médico, tornou-se membro da
Sociedade Médica dos .Hospitais da Bahia.
Em 1918, regressou à terra natal,
onde foi nomeado Diretor Geral Interino de Higiene e Saúde Pública do Estado
de Sergipe. Eclodida a pandemia de gripe espanhola, dirigiu o Serviço de
Profilaxia do Estado. No ano seguinte, foi nomeado Diretor Interino do Posto de
Assistência Pública de Sergipe e, em 1920, Inspetor Médico Escolar. No ano
seguinte, mediante portaria do Ministério da Agricultura, foi nomeado médico do
Serviço da Indústria Pastoril.
Em 1923, após concurso, iniciou a
carreira militar como segundo-tenente do Corpo de Saúde do Exército e mandado
servir no 10º Regimento de Cavalaria Independente de Bela Vista, Mato
Grosso. No mesmo ano foi transferido para
Aracaju, onde serviu no 28º Batalhão de Caçadores. Começou como oficial médico
e, logo em seguida, tornou-se influente político.
Promovido a capitão, Eronildes
Carvalho, ao contrário de Augusto Maynard Gomes, não participou das revoltas de
1924 e 1926, nem das demais intentonas da década de 1920, Durante a
interventoria de Maynard Gomes (1930-1935), manteve-se no 28º BC. No quartel
reuniu os descontentes e se impôs como solução para as dificuldades políticas
do momento. Tornou-se o principal opositor do tenentismo de Augusto Maynard.
Filho de fazendeiro de prestígio, filiou-se à União Republicana de Sergipe,
agremiação política formada pelos usinneiros liderados pelo coronel Gonçalo
Rollemberg do Prado. Tornou-se um líder importante e, como tal, foi apresentado
à Assembléia Legislativa como candidato ao governo de Sergipe. Graças a
habilidade de Godofredo Diniz, que uniu
a União Republicna ao Partido Social Democrático (liderado por Leandro Maciel),
tornou-se candidato único e foi eleito, em 2 de abril de 1935, por 16 votos a
favor e 14 contra.
O Governador Eronildes de
Carvalho anulou a maioria dos decretos de Maynard Gomes, construiu o
edifício da Biblioteca Pública, a sede do Instituto Histórico e Geográfico de
Sergipe, o Palácio Serigy, o Hospital de Assistência a Psicopatas, ampliou a
instalações do Hospital de Cirurgia e
criou a Cidade dos Menores e o Hospital Infantil de Aracaju.
Com o golpe de 1937, Eronildes
passou a Interventor Federal. Iniciou-se, a partir de então, um período de
instabilidade política e de suspensão dos direitos e garantias do cidadão. No
início do “Estado Novo”, Eronildes se identificou com o regime mas, pouco a
pouco, foi se afastando do governo central. Seus inimigos o incompatibilizaram
com o Presidente Getúlio Vargas. O Presidente procurou apurar as denúncias, mandando ouvir os
envolvidos. Em março de 1941, após solicitar audência com o Presidente, dirigiu-se
ao Rio de Janeiro. Getúlio Vargas não o recebeu, apesar da interferência do
amgo-comum, General Góes Monteiro. Decepcionado, Eronildes Carvalho escreveu
uma carta a Getúlio Vargas, colocando seu mandato à disposição. Com a renúncia, o capitão Milton Azevedo assumiu a Interventoria até a
posse do major Augusto Mqynard Gomes.
De 1937 a 1945, Sergipe teve três
interventores. Eronildes de Carvalho (1937-1841), capitão Milton Azevedo
(1941-1943) e Augusto Maynard Gomes (1842-1945).
Após a renúncia, Eronildes de
Carvalho fixou residência no Rio de Janeiro. Foi nomeado Juiz do Tribunal de
Segurança Nacional. Depois, em 1944, foi nomeado Tabelião do 14º Ofício de
Notas do Rio de Janeiro.
Faleceu na capital da República,
em 18 de março de 1969.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1-Barreto, Luiz Antônio – Dicionário de
Denominações de Aracaju.
2-Da Silva, Milton Barbosa –
Conferência no Conselho Estadual de Cultura de Sergipe.
3-Guaraná, Armindo – Dicionário
Bio-biográfico Sergipano. Rio de Janeiro, 1927.
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