CONVENTO DO CARMO, SÃO CRISTÓVÃO, SERGIPE
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Joaquim Maurício Cardoso nasceu
na Bahia, em 1808, mas viveu em Estância, berço cultural de Sergipe.
É o patriarca de uma das famílias
mais importantes do Estado. Casou-se com uma estanciana, Joana Batista de
Azevedo, com quem teve diversos filhos, que se tornaram personagens de destaque
na vida sócio-cultural da província: Severiano Cardoso, Brício Cardoso, Sinfrônio
Cardoso, Melchisedek Mathusalen Cardoso e Manuel Maurício Cardoso, além de Inês
de Azevedo Cardoso, Amélia Cardoso e Valéria Cardoso. Bricio Cardoso foi um dos
maiores intelectuais de Sergipe e seu filho, Maurício Gracho Cardoso, presidente
do Estado.
Joaquim Maurício foi um dos
fundadores do primeiro jornal de Sergipe, o “Recopilador Sergipense”, cuja
primeiro número circulou em setembro de 1832. Saia às terças e sábados,
impresso na primeira tipografia sergipana, a “Tipografia Silveira”, de
propriedade do Monsenhor Antônio
Fernandes da Silveira.
Autodidata, Joaquim Maurício
tornou-se rábula. Em sua época não existia Faculdade de Direito no Brasil.
Foi, principalmente, professor.
Ensinou Retórica, Latim e Primeiras Letras, no ensino público, e foi professor
de Matemática e Geografia no Externado Provincial de Estância. Era um mestre muito
conceituado. Vários de seus alunos se tornaram figuras importantes na região de
Estância e Santa Luzia do Itanhy. Sirvam de exemplos João Sabino Vieira (médico), Constantino José
Gomes de Souza (também médico) e Jesuino Pacheco d´Ávila (médico e deputado).
Além de professor e advogado,
Joaquim Maurício foi deputado provincial por Estância.
Em 1832, o presidente de Sergipe,
José Geminiano de Navarro, reuniu as cadeiras de Retórica, Latim, Francês e
Geometria existentes em São Cristóvão, que funcionavam isoladamente, e criou o “Liceu
Sergipense” instalado no Convento do Carmo, naquela cidade, então Capital da
província. O frei José dos Prazeres Bulhões foi nomeado diretor, e Joaquim Maurício
Cardoso vice-diretor. Três anos depois, o Liceu deixou de funcionar e Joaquim Maurício
retornou para Estância onde continuou como professor de grande renome e
prestígio.
Joaquim Maurício Cardoso faleceu
em 1869, sem imaginar que a sua descendência seria uma das mais ilustres de
Sergipe.
FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Vieira, Wanesa – Joaquim Maurício
Cardo: um intelectual baiano com reizes sergipanas. Disponível emhttp://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe5/pdf/902.pdf.
Acesso em 24 de fevereiro de 2015