CARROSSEL DO TOBIAS
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Milton Santos (que não é o baiano
Milton Santos, geógrafo de renome
internacional ...) nasceu em Siriri, em 15 de novembro de 1908.
Mudou-se para Aracaju, aos 4 anos
de idade. Nesta capital estudou as primeiras letras, fez o curso primário,
exerceu a profissão de gráfico, ligou-se à política partidária e foi eleito, e
reeleito, vereador durante 28 anos.
Notabilizou-se por ser o guardião
de um brinquedo famoso: o “Carrossel de Tobias”, Quem de nós não andou no
“Carrossel de Tobias”?
Este brinquedo era a distração
preferida das crianças de Aracaju durante as festas natalinas, inicialmente no
Parque Teófilo Dantas e depois, na Praça Tobias Barreto. Seu guardião, Milton Santos, “era um homem simples que teve uma
vida singular: não dispôs de recursos para custear os estudos, tornou-se
gráfico da “Casa Ávila” e da Imprensa Oficial (atual SEGRASE), onde se
aperfeiçoou como profissional” (Barreto, obra citada).
Em 1937, Milton Santos mudou-se
para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1941 e trabalhou durante quatro anos
como gráfico.
Voltando para Sergipe, ingressou
na política. Fundou, com Marcos Teles, o Partido Social Trabalhista (PST). Em
1954, candidatou-se a Vereador. Eleito, e reeleito várias vezes, tornou-se o
edil com maior número de mandatos no Estado. “Discreto, de bom trato, Milton
Santos conquistou seus companheiros da Câmara, nos vários mandatos nos quais
representou o eleitorado aracajuano, em
sete legislaturas. Numa delas exerceu a Presidência da Câmara” (Ibidem).
Seu maior título, título pelo
qual se tornou célebre, é o de guardador do “Carrossel do Tobias”. A história deste carrossel começou antes de
Milton Santos nascer. Depois de alegrar as crianças de Recife e de Maceió, o
carrossel chegou, em 1904, em Aracaju, onde se tornou o brinquedo preferido das festas natalinas e, eventualmete, dos
eventos e festejos cívicos. Para encanto de todos, o carrossel sempre contou
com cavalinhos em marcha, a figura do negro Tobias com seu realejo e um apito
que, quando acionado, provocava os gritos da multidão de meninos. Era um
patrimônio privado, que trocou várias vezes de dono. Em 1958, em uma dessas
mudanças, o “Parque Shangai” de Recife, pretendeu comprá-lo mas Milton Santos,
para evitar que o brinquedo saísse de Aracaju, chegou a adquiri-lo mas depois
passou a outro dono.
O “Carrossel do Tobias”, também atraiu
adultos. Uma equipe norte americana, encarregada da filmagem de uma película
baseada no romance ”Capitães de Areia”,
de Jorge Amado, o incluiu em seu roteiro e assim o famoso carrossel correu o
mundo, encantando milhares de amantes da
sétima arte. Osmário Santos, em seu livro “Memórias de Políticos de Sergipe, no
século XX”, abriu espaço para Milton Santos, o negro Tobias e seu carrossel.
De mão em mão, mas sempre nas
praças de Aracaju, o brinquedo acabou atraindo o Governo de Sergipe que o
comprou e o levou para o Parque da Cidade, “onde o tempo e o descaso destruíram
o velho carrossel” (Barreto, obra citada).
Sem o carrossel, Milton Santos
voltou para o Rio de Janeiro, onde faleceu no dia 19 de fevereiro de 2013, com
96 anos de idade.
FONTE: Barreto, Luis Antônio –
Milton Santos. Disponível em http://www.infonet,com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id115717&titulo=Luis_Antonio_Barreto.
Acesso em 16 novembro de 2014.
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