domingo, 30 de novembro de 2014

11- MILTON SANTOS E O " CARROSSEL DO TOBIAS"

 
CARROSSEL DO TOBIAS
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Milton Santos (que não é o baiano Milton  Santos, geógrafo de renome internacional ...) nasceu em Siriri, em 15 de novembro de 1908.
Mudou-se para Aracaju, aos 4 anos de idade. Nesta capital estudou as primeiras letras, fez o curso primário, exerceu a profissão de gráfico, ligou-se à política partidária e foi eleito, e reeleito, vereador durante 28 anos.
Notabilizou-se por ser o guardião de um brinquedo famoso: o “Carrossel de Tobias”, Quem de nós não andou no “Carrossel de Tobias”?
Este brinquedo era a distração preferida das crianças de Aracaju durante as festas natalinas, inicialmente no Parque Teófilo Dantas e depois, na Praça Tobias Barreto. Seu guardião, Milton  Santos, “era um homem simples que teve uma vida singular: não dispôs de recursos para custear os estudos, tornou-se gráfico da “Casa Ávila” e da Imprensa Oficial (atual SEGRASE), onde se aperfeiçoou como profissional” (Barreto, obra citada).
Em 1937, Milton Santos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1941 e trabalhou durante quatro anos como gráfico.
Voltando para Sergipe, ingressou na política. Fundou, com Marcos Teles, o Partido Social Trabalhista (PST). Em 1954, candidatou-se a Vereador. Eleito, e reeleito várias vezes, tornou-se o edil com maior número de mandatos no Estado. “Discreto, de bom trato, Milton Santos conquistou seus companheiros da Câmara, nos vários mandatos nos quais representou o eleitorado  aracajuano, em sete legislaturas. Numa delas exerceu a Presidência da Câmara” (Ibidem).
Seu maior título, título pelo qual se tornou célebre, é o de guardador do “Carrossel do Tobias”.  A história deste carrossel começou antes de Milton Santos nascer. Depois de alegrar as crianças de Recife e de Maceió, o carrossel chegou, em 1904, em Aracaju, onde se tornou o brinquedo preferido  das festas natalinas e, eventualmete, dos eventos e festejos cívicos. Para encanto de todos, o carrossel sempre contou com cavalinhos em marcha, a figura do negro Tobias com seu realejo e um apito que, quando acionado, provocava os gritos da multidão de meninos. Era um patrimônio privado, que trocou várias vezes de dono. Em 1958, em uma dessas mudanças, o “Parque Shangai” de Recife, pretendeu comprá-lo mas Milton Santos, para evitar que o brinquedo saísse de Aracaju, chegou a adquiri-lo mas depois passou a outro dono.
O “Carrossel do Tobias”, também atraiu adultos. Uma equipe norte americana, encarregada da filmagem de uma película baseada no romance  ”Capitães de Areia”, de Jorge Amado, o incluiu em seu roteiro e assim o famoso carrossel correu o mundo, encantando milhares de amantes  da sétima arte. Osmário Santos, em seu livro “Memórias de Políticos de Sergipe, no século XX”, abriu espaço para Milton Santos, o negro Tobias e seu carrossel.
De mão em mão, mas sempre nas praças de Aracaju, o brinquedo acabou atraindo o Governo de Sergipe que o comprou e o levou para o Parque da Cidade, “onde o tempo e o descaso destruíram o velho carrossel” (Barreto, obra citada).
Sem o carrossel, Milton Santos voltou para o Rio de Janeiro, onde faleceu no dia 19 de fevereiro de 2013, com 96 anos de idade.
 
FONTE: Barreto, Luis Antônio – Milton Santos. Disponível em http://www.infonet,com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id115717&titulo=Luis_Antonio_Barreto. Acesso em 16 novembro de 2014.
 
 
 
 
 

 
 

10- JOSÉ MACHADO TOJAL

 
FOZ DO RIO SÃO FRANCISCO
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A família Tojal é uma das famílias tradicionais de Sergipe, localizada predominantemente na fronteira com Alagoas, em Neópolis, Ilha das Flores e Brejo Grande (em Sergipe) e em Penedo e Piaçubuçu (em Alagoas);
José Machado Tojal nasceu no engenho Cajuipe, no município de Brejo Grande, em 19 de março de 1912, sendo seus pais Sizino da Silva Tojal e Francisca Machado Tojal.
O município de Brejo Grande produziu famílias importantes como os Lemos Machado, os Tojal (que se reúnem periodicamente em seminários...), os Machado Tojal, e outras. De Brejo Grande é o ex-Ministro da Saúde e ex-Secretário de Saúde de São Paulo, Mário Machado de Lemos. O irmão, Eraldo, médico e advogado, foi deputado estadual e deputado federal. Outro vulto importante de Brejo Grande é Manoel de Lemos Souza Machado, deputado provincial nomeado pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
Quando o Brasil foi dividido em Capitanias Hereditárias, coube à Bahia (e posteriormente a Sergipe) terras que se estendiam até a foz do Rio São Francisco, sendo que as ilhas situadas ao longo do rio pertenciam a Pernambuco. Os habitantes da Ilha de Paraúna, embora pertencentes a Pernambuco, faziam suas feiras e atendiam suas necessidades econômicas na antiga Vila Nova, hoje Neópolis. Era mais perto e oferecia maior segurança. Este fato deu margem a um movimento no sentido de anexar, por aterro, a Ilha da Paraúna a Sergipe. A iniciativa tornou-se vitoriosa graças a coragem e a bravura de José Alves Tojal que obstruiu o canal e garantiu a circulação das pessoas entre a ilha e Vila Nova. Com isto Sergipe foi beneficiado e o município de Brejo Grande aumentou sua área territorial. José Machado Tojal, seu descendente, participou de outros movimentos que engrandeceram a região.
Por ocasião do centenário de José Machado Tojal, Luis Antônio Barreto se pronunciou dizendo que “as famílias Machado e Tojal têm, nos anais sanfranciscanos, glórias e méritos, pelo que merecem aplausos dos sergipanos de todas as partes. E se foram importantes os fatos do passado, acrescente-se a eles a permanente contribuição que os membros de ambs as famílias deram, não apenas a Brejo Grande mas a todas as áreas entre Neópolis e a foz do Rio São Francisco.
José Machado Tojal notabiliou-se por sua atuação em benefício de Brejo Grande, município do que foi prefeito, por mais de uma vez, depois de ter sido Interventor, durante os governos tenentistas, após a Revolução de 1930.
Seus descendentes continuaram a tradição dos ancestrais. O filho, Telmo Sizino Machado Tojal, resumiu a biografia do pai durante o ato de inauguração da“Rodovia José Machado Tojal”, ligando Pacatuba a Brejo Grande.
Em Aracaju, no Grageru, há um logradouro com o nome deste sergipano ilustre.
 FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Barreto, Luis Antônio – José Machado Tojal. Disponível em HTTP://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id= 125619. Acesso em 22 de novembro de 2014.
 
 
               
 
 
 

09- JOSÉ RODRIGUES DA COSTA DÓRIA

 
PALÁCIO OLIMPO CAMPOS, ANTIGA
SEDE
DO GOVERNO DE SERGIPE
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José Rodrigues da Costa Dória nasceu em Propriá, a 25 de junho de 1859, sendo seus pais Gustavo Rodrigues da Costa e Maria Soledade  Costa Dória.
Fez os preparatórios na Atheneu Sergipense, nos anos de 1875 e 1876.
 
Em 1877, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual recebeu o grau de doutor em Medicina em 16 de dezembro de 1882.
 
Concluído o curso médico, instalou-se na cidade de Laranjeiras, onde exerceu a clínica, de 1883 a 1885.
De Laranjeiras seguiu para Salvador, a fim de concorrer ao cargo de Professor Adjunto da cadeira de Medicina Legal e Toxicologia. Aprovado em primeiro lugar, foi nomeado em fins de 1885. Em 1888, prestou concurso para a cátedra de Patologia Médica, vaga com a morte do Prof. Demétrio Tourinho. Em 1891, foi nomeado substituto da 2ª Seção da referida Faculdade. No mesmo ano, organizando-se a Faculdade Livre de Direito da Bahia, foi convidado para ocupar a cadeira de Medicina Legal.
Em 1892, foi nomeado lente catedrático da cadeira de Botânica e Zoologia Médicas, da Faculdade de Medicina da Bahia.
Em 1895, foi eleito conselheiro municipal de Salvador, cargo que ocupou até 1899.
Em 30 de dezembro de 1897, foi eleito deputado federal por Sergipe, sendo reeleito em várias outras legislaturas.
Em 30 de julho de 1908, foi eleito Presidente de Sergipe.
Em 1911 e 1913, esteve em visita a Europa. Durante esse período escreveu para o “Diário da Bahia”, uma série de cartas intitulada “De Paris”.
Pertenceu a várias instituições culturais e científicas, dentre as quais destacamos o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e a Academia Nacional de Medicina.
Participou de congressos nacionais e internacionais, representando o Governo de Sergipe, a Faculdade de Medicina da Bahia e outras Instituições.
De sua vasta bibliografia, destacamos teses, artigos, discursos, memórias, conferências e opúsculos sobre assuntos diversos.
José Rodrigues da Costa Dória é considerado “homem de grande lucidez, inteligência privilegiada e acentuada cultura profissional” (3),
Faleceu em Salvador, no dia 14 de fevereiro de 1938.
 
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
 
  1. Guaraná, Armindo – Dicionário Bibliográfico Sergipano. Aracaju, 1926
  2. Freire de Carvalho, José Eduardo – Notícia Histórica sobre a Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador, 1909
  3. Sá Oliveira, Eduardo de – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.
 
 

08- AUGUSTO CÉSAR MACIEIRA DE ANDRADE

 
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Augusto César Macieira de Andrade nasceu em 3 de março de 1954, em Aracaju, sendo seus pais Walter de Araújo Andrade e Altair de Siqueira Macieira.
Sua mãe, pianista de escol e pessoa muito conhecida, foi sub-coordenadora do antigo Instituto Nacional de Previdência Social. Seu pai, amante da música e cinéfilo apaixonado, colocou seu filho no caminho do cinema e do teatro.
Em 1959, Augusto César iniciou os primeiros estudos no Colégio Salvador, um dos estabelecimentos de ensino mais conceituados de Sergipe.
Em 1968, concluiu o  estudo de humanidades no Atheneu Sergipense e, chegado o momento de realizar  o concurso vestibular, abandonou o sonho de realizar o curso de cinema na Universidade de São Paulo, e seguiu o conselho paterno, optando pela Medicina. Assim, em 1972, ingressou na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Sergipe, pela qual foi graduado em 26 de dezembro de 1980. Especializou-se em Ginecologia e Obstetrícia e exerceu a especialidade, inicialmente no Hospital de Cirurgia (em Aracaju) e, depois, no Hospital Pedro Ernesto (no Rio de Janeiro).
“Eu botei muita gente no mundo. É uma sensação incrível aquela de  pegar uma criança, trazer uma vida nova para o mundo”, dizia Augusto César aos amigos.
Apesar do entusiasmo, não resistiu ao sonho da infância: deixou a Obstetrícia e se dedicou ao cinema e ao teatro. Na verdade, ele começou a fazer cinema aos 14 anos de idade, quando utilizou uma filmadora oferecida pelo seu pai. Depois, em 1972, por ocasião do Primeiro Festival Nacional de Cinema Amador, promovido pela Universidade Federal de Sergipe, conquistou o terceiro lugar com um desenho animado de sua autoria. No Segundo Festival, no ano seguinte, ganhou o primeiro lugar com o filme “Muié Rendeira”. A partir deste sucesso sua produção cinematográfica se tornou exuberante, chegando a corresponder a cerca de noventa por cento de toda atividade cinematográfica de Sergipe. Inúmeros foram os prêmios e troféus que conquistou.
No teatro sua carreira foi igualmente brilhante. Na década de 70 produziu várias peças teatrais no Rio de Janeiro, onde passou a residir.
Em 1980, tornou-se o primeiro sergipano a ter registro profissional no Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões Públicas do Rio de Janeiro.
Em 1983, a convite de Paulo Resende, produtor do “Sítio do Picapau Amarelo”, da Rede Globo, desempenhou o papel do personagem “Dr. Caramujo”. Logo depois, representou os papeis de “Bagre Mordomo” e “Jaboti”.
Participou de vários documentários, novelas e programas da Rede Globo e da Rede Manchete (“Caso Verdade”, “Um Infinito Amor”, “Partido Alto”, “Irmãos Coragem”, “Linha Direta”, “Louco Amor”, “Corpo Santo”, e outros).
Regressando a Sergipe, dirigiu o Teatro Atheneu e lutou pelo engrandecimento artístico do Estado.
 FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Santos, Osmário – Augusto César Macieira de Andrade. Aracaju, 2002.
 
 
 

sábado, 29 de novembro de 2014

07- JOSÉ MACHADO DE SOUZA

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José Machado de Souza, médico pediatra, homem público e professor universitário, nasceu em Aracaju, no dia 22 de janeiro de 1912, sendo seus pais Gervásio de Araújo Souza e Laura Machado Souza.
Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1929. Após os primeiros anos do curso médico, transferiu-se para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, pela qual foi diplomado em 26 de novembro de 1934, ou segundo Batista da Silva, em 17 de novembro do mesmo ano (2).
Formado, fixou residência em Aracaju, onde se destacou como pediatra.
Trabalhou na Maternidade Carlos Firpo, no Departamento de Saúde Pública de Sergipe, no Preventório São José, no Hospital de Cirurgia e em outras instituições assistenciais da capital sergipana.
Lecionou, de 1941 a 1962, nos cursos de Higiene Infantil, Pediatria e Puericultura, realizados em Aracaju por diversos estabelecimentos de ensino.
Foi professor titular de Puericultura na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Sergipe, fundador e presidente da Sociedade Médica de Sergipe e da Sociedade Sergipana de Pediatria.
Em 1954, foi candidato a Vice-Governador na chapa de Leandro Maciel. Eleito, soube conciliar, com sabedoria, seus compromissos político-administrativos com as ocupações de médico clínico e professor universitário. Apesar disso, não retornou a política. Continuou construindo, na medicina e no magistério, “uma imagem imortal de competência e dedicação” (1), a ponto de se transformar em um verdadeiro “sacerdote da infância sergipana” (Manoel Cabral, in Luis Antônio Barretom obra citada).
Apesar da notória falta de vocação para a política, aceitou, em 1979, o convite do Governador Augusto Franco para ocupar a pasta da Secretaria de Saúde. “O que se viu foi o estilo firme, decidido, rápido, na montagem de uma estrutura capaz de cumprir objetivos e obrigações. A presença de Machado de Souza no Governo foi um momento grandioso, que elevou a responsabilidade da Secretaria de Saúde na ampliação da capacidade prestadora da máquina pública, à população desejosa e esperançosa de bons governantes. O nome de José Machado de Souza vai, com certeza, ecoar pelo tempo afora, como um símbolo de competência e responsabilidade”(2),
José Machado de Souza foi fellow da American Academy of Pediatrics, diretor do Hospital Infantil e do Hospital Santa Isabel, conduzindo-se no exercício destas funções como um profissional competente, de grande prestígio e elevados princípios éticos e morais.
É considerado o pai da Pediatria sergipana e um dos vinte médicos mais importantes de Sergipe, durante o decorrer de século  XX (3),
 
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
1- Barretim Kyus Antônio – José Machado de Souza. Aracaju, 2004
2- Batista e Silva, Henrique – História da Medicina em Sergipe. Aracaju, 2007
3-Prado, Lúcio do – Os vinte maiores médicos sergipanos do século. Aracaju, 2006
4-Prado, Lúcio do – Nossos grandes pediatras. Aracaju, 2006.
 
 
 



06- LAURO PORTO

 
CENTRO CIRÚRGICO
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Lauro de Brito Porto, mais conhecido como Lauro Porto, médico e professor universitário, nasceu em 18 de agosto de 1911, no município de Nossa Senhora das Dores, sendo seus pais Francisco de Souza Porto (ex-deputado estadual, ex-presidente da Assembléia Legislativa, ex-presidente do Estado em exercício, ex-Prefeito de Aracaju e ex-presidente eleito de Sergipe) e Laura de Brito Porto.
Fez o curso primário em sua terra natal. Em 1925,  transferiu-se para Aracaju, onde foi aluno, inicialmente, do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Depois, passou para o Colégio Tobias Barreto e finalmente para o Atheneu Sergipense, onde concluiu os preparatórios.
Em março de 1930, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia mas em outubro regressou para Aracaju, a fim de solidarizar-se com seu pai, presidente eleito de Sergipe mas não empossado (impedido que foi pela revolução liderada por Getúlio Vargas).
Durante o curso médico se distinguiu como aluno atencioso e aplicado, merecendo a admiração dos professores Eduardo Morais e Heitor Marback que o encaminharam para as especialidades de Otorrinolaringologia e Oftalmologia.
Em 1932, por ocasião da Revolução Constitucionalista, posicionou-se em favor dos revoltosos. Em conseqüência desta atitude, foi preso por dois dias na Penitenciária, a mando do Interventor da Bahia, Juracy Magalhães.
Em 5 de dezembro de 1935, concluiu o curso de graduação, pelo que foi diplomado em Medicina.
No ano seguinte, iniciou a vida profissional em Aracaju, onde exerceu as especialidades de oftalmologia e otorrinolaringologia, em seu consultório particular e no Hospital de Cirurgia, dirigido pelo Dr. Augusto Leite.
Em 1938 e em 1947, atualizou seus conhecimentos, fazendo cursos de pós-graduação no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio de Janeiro, freqüentou o Hospital São Francisco e em São Paulo estagiou no Serviço de Olhos do Dr. Moacir Ávaro.
Sempre ligado às novas técnicas e ao progresso de sua especialidade, participou de vários congressos, simpósios, mesas redondas e seminários, em Sergipe, no Rio de Janeiro, São Paulo e outros centros médicos.
Foi um dos fundadores, e professor titular, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Sergipe, fazendo parte, inclusive, do Conselho Diretor. Foi, por muitos anos, superintendente médico do antigo IAPFESP, por ele se aposentando em 1967.
Dirigiu, por mais de uma gestão, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Sergipe, do qual foi o modernizador: reorganizou a Farmácia e o Almoxarifado, instalou o sistema de distribuição de oxigênio canalizado, reformou o Centro Cirúrgico, inaugurou a Unidade de Terapia Intensiva (a primeira de Sergipe), a Unidade de Oncologia, o Serviço de Otorrinolaringologia (com Audiologia e Endoscopia per-oral) e o Serviço de Endoscopia da Unidade Cardiológica (o que tornou possível a realização de cirurgia cardiopulmonar em Sergipe) e promoveu melhoramentos em outras clínicas e serviços.
Como cirurgião, realizou quase cinco mil cirurgias. Foi presidente das Sociedades Sergipanas de Oftalmologia e Otorrinolaringologia, e sócio benemérito da Sociedade Médica de Sergipe. Em 1993, foi condecorado com a Medalha de Mérito Aperipê, no grau de Comendador.
Cercado de colegas, familiares, amigos e admiradores, o Prof. Lauro Porto faleceu em Aracaju, no dia 30 de outubro de 2010, com a avançada idade de 99 anos.
Ao seu sepultamento compareceram expressiva massa popular e inúmeras autoridades que prestaram sentida homenagem ao ilustre médico.
Dr. Lauro Porto é considerado um dos maiores nomes de Sergipe.
 



05- FELISBERTO FREIRE

 
FELISBERTO  FREIRE
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Felisberto Firmo de Oliveira Freire, mais conhecido como Felisberto Freire, médico, historiador, jornalista e político sergipano, nasceu em 30 de janeiro de 1858, em Itaporanga D ´Ajuda, sendo seus pais Felisberto Firpo de Oliveira Freire (o mesmo nome) e Rosa do Amarante Góes Freire.
Iniciou os estudos preparatórios em Aracaju, onde foi um dos alunos mais distinguidos do Atheneu Sergipense. Os referidos preparatórios tiveram seguimento na capital baiana.
Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia e foi por ela diplomado no dia 11 de janeiro de 1882, ocasião em que defendeu tese sobre “Aspéctos Clínicos da Cirrose Hepática”.
Formado, exerceu a profissão em Laranjeiras e nessa cidade iniciou suas atividades de médico clínico, historiador, jornalista e notável homem de letras.
Seu livro “História de Sergipe” é uma obra clássica, de leitura obrigatória para todos os historiadores.
Abolicionista convicto, fundou o “Clube Republicano” de Laranjeiras e, por ocasião da proclamação da República, assumiu o governo do Estado de Sergipe. Foi o seu primeiro Presidente.
No governo do Marechal Floriano Peixoto, foi Ministro da Fazenda  e, em seguida, Ministro das Relações Exteriores.
Sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e do Instituto Arqueológico de Pernambuco.
Deputado Federal em várias legislaturas.
Colaborador de vários periódicos de Laranjeiras, Aracaju e Rio de Janeiro.
Dentre suas obras, além da “História de Sergipe”, destacamos “Fragmentos Históricos”, “Colonização de Sergipe, de 1500 a 1600”, “História da Cidade do Rio de Janeiro”, “História Territorial de Sergipe” e “Origem da Cidade de Maroim”.
Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 7 de maio de 1916.
 
 
 
 
 
 
 
 

04- AUGUSTO LEITE

 
AUGUSTO  LEITE
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Augusto César Leite, mais conhecido como Augusto Leite, cirurgião famoso, nasceu em 30 de junho de 1886, no Engenho Espírito Santo, município de Riachuelo, sendo seus pais Francisco Rabelo Leite e Maria Virgínia Acioli Leite.
Realizou os estudos iniciais em Riachuelo e em Salvador e, após a conclusão do curso secundário, embarcou, em 1903, para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade de Medicina daquela capital.
Nas férias do curso médico ia para Riachuelo, onde ajudava o irmão, Sílvio Leite, nos afazeres de médico clínico daquela cidade. Sempre dedicado ao estudo, diplomou-se no dia 2 de janeiro de 1909, ocasião em que defendeu tese intitulada “Contraindicação  renal do emprego do salicilato de sódio”.
Em maio de 1910, fixou-se em Capela, onde iniciou o exercício profissional. Três meses depois, mudou-se para Maroim, onde permaneceu durante curto período, até se fixar em Aracaju que era uma pequena cidade sem calçamento e sem transportes, com uma população de 30.000 habitantes.
“Não obstante as dificuldades – diz um de seus biógrafos-- Dr Augusto, de fraque, bengala e chapéu, percorria as ruas arenosas de Aracaju, atendendo chamados dos clientes.  A  clínica era feita através da mãos, dos olhos, e ouvidos, fazendo-se uso, também, do olfato, e até do gosto. Por diversas vezes, realizava intervenções até de grande porte para a época, como mastectomias, na residência do próprio doente, em casebres de palha, à luz de querosene. O médico dispunha apenas de termômetro, estetoscópio monoauricular e rudimentares instrumentos cirúrgicos e, na falta de laboratório, fazia ele mesmo os exames de urina, sangue e fezes dos pacientes”.
Recém chegado em Aracaju, dirigiu a Escola de Aprendizes Artífices. Depois, assumiu a cátedra de Higiene Geral e História Natural do Atheneu Sergipenses e tomou posse como membro do Conselho Superior de Instrução Pública.
Em 1917, foi eleito para o Conselho Municipal e em 1918 assumiu a cátedra de História Natural do Seminário Diocesano.
A convite do Dr. Simeão Sobral, ingressou, em janeiro de 1913, no corpo clínico do Hospital Santa Isabel, único hospital de Sergipe. Era um hospital com duas enfermarias, sem equipamento de raios X, laboratório de análises clínicas e outros recursos de diagnóstico. Possuia quase nenhum instrumental cirúrgico, algumas ventosas e um termocaltério primitivo. As operações eram realizadas  na sala de curativos, com o paciente em cima de um lastro de madeira; Os médicos operavam  com a mesma roupa que usavam na rua, com paletó e gravata, sem máscara, sem luvas ou qualquer outro recurso de assepsia, e eram ajudados pelas Irmãs de Caridade. Quando muito, dispunham de um auxiiiar leigo, completamente desqualificado. Dr. Pimentel, encarregado do Serviço de Mulheres, “visitava sua enfermaria acompanhado de um serviçal portando um fogareiro, o qual exalava incenso ou alcatrão defumado, para afastar o terrível odor”.
Em junho de 1913, Dr. Augusto Leite viajou para a Europa e passou seis meses na França, especializando-se em cirurgia. A voltar para Aracaju trouxe consigo o material cirúrgico adequado e, reiniciando sua atividade, criou o Serviço de Clínica Cirúrgica. Em 9 de novembro de 1914, realizou a primeira laparotomia em Sergipe, com a retirada total de um mioma, sob anestesia por clorofórmio. Este êxito, maravilhoso para a época, foi repetido muitas vezes.
Movido por um idealismo contagiante, construiu e  inaugurou em 2 de maio de 1916, o Hospital de Cirurgia, marco da medicina sergipana.
A trajetória do Dr. Augusto Leite tornou-se brilhante. Ele passou a ser considerado o médico mais importantes do Estado. Presidiu a Sociedade de Medicina de Sergipe, dirigiu os Serviços Cirúrgicos do Hospital Santa Isabel e do Hospital das Clínicas, criou a Maternidade Francisco Melo (1930) e a  Escola de Auxiliares de Enfermagem (1950) e foi um dos fundadores da Faculdade de Ciências Médicas, núcleo formador da Universidade Federal de Sergipe.
Foi o primeiro sergipano a integrar o  Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Recebeu vários títulos e honrarias, tais como o de Comendador da Santa Sé, Professor Emérito da Universidade Federal de Sergipe e “Bisturi de Ouro” do Estado.
É considerado um dos maiores cirurgiões do país.
Faleceu em 9 de fevereiro de 1978. Por ocasião do seu falecimento Marcos Aurélio Prado Dias declarou: “Com a morte do Dr. Augusto Leite, Sergipe inteiro chorou a perda de um dos seus mais ilustres e queridos filhos”.
O poeta Freire Ribeiro, escreveu:
"Mãos que abençoam;
mãos que afagam;
mãos que dilaceram !
Morte em nome da vida !
Mãos que o Senhor abençoa todos os dias,
Mãos que são um presente dos céus para todos nós !
Mãos de AUGUSTO LEITE.
Mãos de paz, mãos de luz, mãos de amor !”
 

03- JACKSON DE FIGUEIREDO

 
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Jackson de Figueiredo Martins, mais conhecido como Jackson de Figueiredo, advogado, ensaísta, filósofo e político sergipano, nasceu em 9 de outubro de 1891, em Aracaju.
Em Aracaju e Maceió aprendeu as primeiras letras e viveu a infância de menino irrequieto e inteligente. Aos nove anos compunha pequenas cantigas,  se dedicava à leitura e escrevia versos. Aos 17 anos, publicou “Bater de Asas”, seu livro de estréia. Aos 19, publicou “Zíngaro”, volume de poesia, escrito em poucos meses (de janeiro a agosto de 1910).
Concluídos os preparatórios, ingressou na Faculdade Livre de Direito, na capital baiana. Na cidade do Salvador, afirma Tasso da Silveira, “se entregou a uma boemia estonteadora: tinha companheiros de todos os feitios, inclusive verdadeiros valentões de má fama. Sabia escolhe-los para cada ocasião. Ora era em doidas corridas de automóvel, levando o assombro e o terror aos pacatos moradores dos subúrbios, em companhia de um Sr. Pedreira, rapaz rico, inteligente e forte que o idolatrava, e muitos outros; ora, envolvendo-se em distúrbios em cafés e confeitarias, em parceria com a estudantada de sua escola, em que entravam em jogo chicotadas, copos, garrafas, cadeiras, etc; outras vezes, metido em conflitos sérios em cinemas e teatros, donde algumas vezes saia ferido, e feria outros, sempre à frente, sempre com voz de comando. Jackson nasceu para comandar..”. “De uma feita – acrescenta a mesma fonte – no Politeama Baiano, promovendo os estudantes uma vaia a certo ator ou atriz, desenvolvera-se grande assuada, sendo provocada a intervenção da polícia. Jackson dispôs a rapaziada em ordem de combate e enfrentou a milícia baiana, travando-se renhida luta na qual ele foi ferido em um olho. Parece-me que desta feita foi que ele, à frente dos colegas, dirigiu-se para a casa do Chefe de Polícia. Detendo-o no seu próprio domicílio como prisioneiro”.
Em 1912, aos 21 anos, publicou um ensaio sobre Xavier Marques e, dois anos depois, publicou outro, sobre Garcia Rosa.
No início de sua carreira, Jackson foi ferrenho defensor do anti-clericalismo, mas, sob a influência de Pascal, Tasso da Silveira e Alceu Amoroso Lima, converteu-se, em 1918, ao catolicismo. Organizou um movimento leigo, constituído pelas classes cultas, dedicado à difusão dos princípios da Igreja.
Em 1921 e 1922, fundou o Centro Dom Vital e a revista “A Ordem”, através do quais liderou a luta contra o comunismo e o liberalismo. “Troquei toda a veleidade de construir por mim só, ou com a ajuda deste ou daquele grande espírito, uma filosofia de ação. Preferi ser o humilde soldado que sou da Igreja Católica, e me sinto tão orgulhoso disto como se fora um rei”.
Combateu o tenentismo, aliando-se a Arthur Bernardes na repressão do que seria, pouco depois, a “Revolução de 30”. Escreveu inúmeros artigos e fez diversos discursos, colocando seu talento a serviço da ordem pública e do civismo. A documentação referente a este período de sua vida encontra-se registrada em três livros intitulados “A Reação do Bom Senso”, “A Coluna de Fogo” e “Afirmações”.
Diz Alfredo Bossi que “a humanidade e o estilo vigoroso garantiram a Jackson de Figueiredo um lugar entre nosso grandes pensadores”.
De sua rica bibliografia, destacamos, além das obras  citadas, outras, a saber: Algumas Reflexões sobre a Filosofia de Farias Brito (1916), A Questão Social na Filosofia de Fa arias Brito (1919), Do Nacionalismo na hora presente (1921), Pascal e a Inquisição Moderna (1924), Aevan (romance póstomo, 1932), Correspondência (obra póstuma, 1946)
Jackson de Figueiredo teve morte trágica, por afogamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 4 de novembro de 1928.
Morreu ainda jovem, com, apenas, 37 anos de idade.
 
 
 
 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

02- SILVIO ROMERO

 
 SILVIO  ROMERO
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Sílvio  Vasconcelos  da  Silva  Ramos Romero, mais conhecido como Sílvio Romero, advogado, jornalista, crítico literário, ensaista, poeta, historiador, filósofo, cientista político, sociólogo, escritor e professor, nasceu no dia 21 de abril de 1851, em Lagarto.
Concluídos os primeiros estudos em Sergipe, ingressou na Faculdade de Direito do Recife, sendo por ela diplomado em 1873. Foi contemporâneo de Tobias Barreto e de Castro Alves e, ainda estudante de direito, colaborou em 1870, como crítico literário, em vários periódicos de Pernambuco e do Rio de Janeiro.
Em 1875, foi eleito deputado provincial por Estância. Radicado no Rio de Janeiro, notabilizou-se como  crítico literário e publicou, em 1878, seus dois primeiros livros, “A Filosofia no Brasil” e “Cantos do Fim do Século”. No primeiro, questionou o meio acadêmico,  e o intelectual, da capital do Império, criticou as correntes filosóficas em curso no país e exaltou as qualidades morais e intelectuais de Tobias Barreto, que ele considerava seu mestre e paradigma.
De 1881 a 1910, ensinou Filosofia no Colégio Pedro II e em 1883 visitou Lisboa e publicou mais três livros, “História Econômica Brasileira”, “O elemento popular na literatura do Brasil” e “Cantos populares do Brasil”. Em 1888, publicou “A História da Literatura Brasileira”, em dois volumes. Em 1891, escreveu vários artigos sobre ensino para o jornal “Diário de Notícias”, dirigido por Rui Barbosa e foi nomeado membro do Conselho de Instrução Superior. Em 1897, fundou, com outros intelectuais, a Academia Brasileira de Letras.
Entre os anos de 1900 e 1902, voltou à vida pública: foi eleito deputado federal e colaborou na elaboração do Código Civil, na função de relator geral.
Em 1911 e 1912, residiu em Juiz de Fora, onde participou da vida intelectual da cidade, publicou poemas e artigos, prefaciou livros, proferiu discursos e lecionou em estabelecimentos de ensino.
A obra de Sílvio Romero  caracteriza-se pelo embate e pela polêmica, tanto na crítica literária quanto na poesia, tanto na teoria e na história literária quanto no folclore, tanto na etnografia quanto nos estudos políticos e sociológicos. “Em mim – disse ele – o caso literário é complicadíssimo e anda tão misturado com situações críticas, filosóficas, científicas e até religiosas, que nunca o pude delas separar”. Uma de sua polêmicas mais famosas foi a que manteve com o Conselheiro Lafayete Rodrigues Pereira quando da publicação do livro de Sílvio Romero sobre Machado de Assis, em 1897. Outras polêmicas dignas de nota foram as que manteve com José Veríssimo (em defesa de Tobias Barreto) e Teófilo Braga (sobrle questiúnculas ligadas à publicação de livros de sua autoria).
Apesar de ser ardoroso admirador de Tobias Barreto, combateu veementemente a migração alemã, considerando-a altamente danosa para o Brasil.
Sílvio Romero faleceu em 18 de junho de 1914, no Rio de Janeiro. Na Academia B4rasileira de Letras ocupou a Cadeira 17 que tem como patrono Hipólito da Costa.
Sua bibliografia, muito extensa, contem 69 publicações, sendo 26 sobre Filosofia, Política e Sociologia, 34 estudos literários, 2 livros de poesia, e 7  de História.
 

01- TOBIAS BARRETO

 
 
TOBIAS  BARRETO
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Tobias Barreto de Menezes, filósofo, poeta, crítico e jurista brasileiro, nasceu na vila de Campos do Rio Real (hoje Tobias Barreto), em 7 de junho de 1939, sendo seu pai Pedro Barreto de Menezes.
 
Estudou as primeiras letras com o professor Manuel Joaquim de Oliveira Campos, e latim com o padre Domingos Quirino. Dedicou-se com tal entusiasmo aos estudos que, em pouco tempo, passou a dar aulas particulares em Itabaiana. Em 1863, foi para a capital baiana com o intuito de freqüentar o seminário mas não prestou os exames e retornou à cidade natal. Dalí partiu com destino a Pernambuco, onde, para sobreviver, deu aulas particulares de diversas matérias e prestou concurso para a cadeira de Latim, no Ginásio Pernambucano. Aprovado, não conseguiu nomeação. Prestou novo concurso, agora para a cadeira de Filosofia, no mesmo estabelecimento. Mais uma vez aprovado, em primeiro lugar, foi preterido.
 
Dedicou-se ao estudo de alemão, à leitura dos evolucionistas estrangeiros, notadamente Ernest Haeckel, e à poesia. Como poeta competiu com Antônio de Castro Alves, a quem superou, por ter maior cultura. Tornou-se um orador capaz de debater qualquer assunto. Estudou Filosofia e publicou “Thomás Aq”Deuino”, “Teologia e Teodicéia não são Ciências”, “Jules Simon” e outroas trabalho de igual valor. Casou-se com a filha de um coronel do interior, proprietário de um engenho de açúcar em Escada, ingressou na Faculdade de Direito do Recife e foi eleito para a Assembléia Provincial. Como político, pouco prosperou
 
Aprofundou seus conhecimentos de alemão e leu no original os grandes ensaístas germânicos, especialmente Haeckel e Buechner. A obra “Deutscher Kampfer”, originou “Estudos Alemães”, importante trabalho de difusão de suas idéias germanófilas. Este trabalho foi duramente criticado, por tratar-se, segundos alguns, de simples paráfrase de autores alemães.
 
Viveu na cidade de Escada durante cerca de dez anos. Durante este período escreveu “Fundamentos do Direito de Punir”, fundou o periódico “Deutscher Kampfer” (em português, “Lutador Alemão”) e criou as bases do movimento intelectual que deflagrou no país. Este movimento teve por teatro o monismo e o evolucionismo europeu e pretendeu derrubar a influência francesa no Brasil. Depois, voltou para o Recife.
 
Pobre e doente, ficou confinado em sua residência. Pensou em ir à Europa para recuperar a saúde mas, não conseguindo recurso financeiro, abandotonou o intento. Os amigos, através de subscrição pública, tentaram levantar recursos, mas não conseguiram.
 
Pouco antes de morrer, escreveu a Sílvio Romero solicitando auxílio. Faleceu no Recife em 27 de junho de 1889.
 
Tobias Barreto é o fundador do condoreirismo na poesia brasileira e é patrono da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras.
 
De sua bibliografia constam as seguinte obras:
 
  1. PROSA:
 
  • Ensaios e estudos de Filosofia e crítica (1875)
  • Brasilien, wie es ist (1876) Ensaio de pré-história da literatura alemã,
  • Filosofia e crítica, Estudos Alemães (1879)
  • Dias e Noites (1881)
  • Menores e loucos (1884)
  • Discursos (1887)
  • Polêmicas (1901)
    2  POESIA:
 
  • Que Mimo (1864)
  • O Gênio da Humanidade (1866)
  • A Esravidão (1866)
  • Amar (1868)