quinta-feira, 30 de abril de 2015

61- FREIRE RIBEIRO


Freire Ribeiro, crayon de Florival Santos, SD
Acervo do MUSEU HISTÓRICO DE
SERGIPE
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João Freire Ribeiro, mais  conhecido como Freire Ribeiro, nasceu em 4  de setembro de 1911, no Sítio São José., em Aracaju, sendo seus pais José Augusto Ribeiro e Erundina Freire Ribeiro.
Passou a infância entre o sítio onde nasceu  e a Fazenda Merém, em Socorro, propriedade de seu avô e padrinho, Dr.José Freire Ribeiro  (daí o apelido “Joãozinho do Merèm”). No Merém, além do carinho do avô, desfrutou dedicação da crioula Rosa,  sua “segunda mãe”. “Rosa do Merém” o acompanhou durante toda a vida e a ela ele dedicou lindos poemas.
Ainda criança, revelou inclinação pelas letras. Aprendeu a ler, a escrever e a contar, com a professora Maria Prado. Ingressou no colégio do Dr. Angelino de Faro, onde foi aluno da professora Cecinha que descobriu que o jovem aluno tinha pendor para a declamação e o canto. Estimulado, mudou-se para Aracaju, onde estudou no Colégio Salesiano, dirigido pelo padre José Silva, exímio cantor. No Colégio Salesiano encontrou o ambiente ideal para a vocação poética, as representações teatrais, o canto, festas  e tertúlias literárias. Estas atividades lúdicas o encantaram, tomaram o seu tempo e reduziram o rendimento escolar. Isto desagraqdou seu pai, que desejava vê-lo friunfante nos embates da vida. “Joãozinho, dizia ele, não se preocupa em ser médico, advogado, ou comerciante. Ele só quer se distrair, só se preocupa em vadiar”. O que Freire Ribeiro queria  era se envolver, cada vez mais, com o canto e a poesia.
Romântico, desde a mais remota idade, não tardou a namorar. Namorou todas as moças em que pôs os olhos, tanto em Aracaju quanto em Socorro, em São Cristóvão. O pai, preocupado, o transferiu para o Colégio Salesiano, em Recife.  Joãozinho, sempre apaixonado, não se conformou e fugiu. O zelo paterno fez com que Joaozinho fosse transferido para um colégio no Rio de Janeiro mas o filho, sempre rebelde, arranjou um disfarce de aleijado, meteu-se no porão de um navio e voltou para Aracaju.
O pai, desiludido, o empregou em sua casa comercial. Nada adiantou. O jovem continuou dando curso à veia poética.
Solto, entregue a si mesmo, dedicou-se de corpo e alma à literatura e a poesia. Leu tudo que lhe chegou às mãos. Em matéria de religião, por exemplo, leu a Bíblia, leu vários credos, inclusive o Alcorão. Tornou-se ecumênico, orientalista, espiritualista, homem aberto a todas as religiões. Indagado se ele, afilhado de Nossa Senhora do Socorro, era cristão, respondeu afirmativamente  mas assegurou que existe outra vida, existe um outro mundo onde todos nós, depois da morte, haveremos de nos encontrar. Fez a apologia do amor, do amor a todas as coisas. O amor começou a fazer parte de seus versos, de suas falas, de suas produções. Seu grande amor, todavia, foi o da sua esposa Inah. Quando a viu pela primeira vez, se apaixonou. Ainda não tinha atingido o clímax da  vida poética mas, assim mesmo, escreveu estes versos:
 
“Não te posso esquecer um só momento
E o nome teu meu coração invade
Delícia do meu ser e meu tormento,
Minha lua de amor e de saudade"
 
Inah mais tarde confessaria: “Quando Freire encontrava qualquer tipo de mulher com a tez crestada pelo sol do levante, uma cigana que fosse, não conseguia dissimular o interesse que a mesma lhe suscitava. A princípio eu não escondia o meu desagrado, mas depois, compreendendo que aquilo não passava de devaneos de poeta, dizia-lhe qualquer pilhéria e seguíamos em frente”. Pouco a pouco ele a conquistou. Seus pais e os pais de Inah não concordaram com o enlace. Com o passar do tempo, a oposição se dissipou e Inah foi uma esposa ideal. Soube compreendê-lo, soube amá-lo.
Afirma Urbano Neto  que Sergipe teve quatro grandes poetas: João Pereira Barreto, Antônio Garcia Rosa, João dos Passos Cabral e João Freire Ribeiro. A respeito de Freire Ribeiro, disse Urbano Neto: “... foi indubitavelmente um dos nossos maiores poetas. Poeta de ação ampla. O poema “Curral”, de sua autoria, é um verdadeiro poema sem metro e sem rima; passa pelo verso branco e pela trova, e chega às alturas das formas mais delicadas do verso parnasiano. Sempre lírico e romântico, era em muitos casos realista. A beleza era o seu verdadeiro objetivo. Seu grande compromisso era com a estética. Seus versos, sempre de metro perfeito e pontuados com felicidade, deslizam, quando declamados, numa fluência admirável, numa perfeição rítmica e numa maviosidade verdadeiramente musical”.
João Freire Ribeiro tentou diversos meios de vida, sem o sucesso que seu talento  poderia assegurar. Tentou  o serviço público, na Casa Civil do Interventor Augusto Maynard Gomes, na Sub-Secretaria do Tribunal de Justiça, na Assembleia Legislativa e na Diretoria Técnica da Biblioteca Epifânio Dória (cargo no qual se aposentou). Tentou a política partidária, candidatando-se a deputado estadual, (1947). Discursos em praça pública, proferiu alocuções inflamadas e muito bonitas mas não foi eleito. Todas as tentativas foram de êxito passageiro. O que ele foi, o que ele foi de verdade, foi poeta, um dos maiores de Sergipe.
Desleixado com a saúde, alimentando-se em demasia, perdeu a higidez. Tornou-se diabético e acabou surpreendido por um infarto agudo do miocárdio.
Faleceu em Aracaju, no dia 24 de janeiro de 1975.
 
FONTE BIBLIOGRÁFICA
Neto, Urbano – Biografia de João Freire Ribeiro. Disponível em https://www.google. Com.br/search?newwindow=1&q=Jô%C3%A3o+frire+ribeiro%2%sergipe&gs_l=serp.12...101909.107055.0.112346.9.0.0.0.808.808.6.1.1.0.chm.lang...0...1.1.62.serp.9.9.0.KRZ.1Dpmts- Acesso em 12 de março de 2015.
 



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