terça-feira, 30 de dezembro de 2014

18- MANOEL BONFIM


MANOEL BONFIM
sl#q=MAN+UEL+BOMFIM

Manuel José Bomfim. mais conhecido como Manuel Bomfim, médico, psicólogo, pedagogo, sociólogo, historiador e intelectual sergipano, nasceu em Aracaju, em 8 de agosto de 1868, sendo seus pais Paulino Jose do Bonfim e Maria Joaquina do Bonfim.  A grafia correta de seu nome  é Manoel com o Bomfim.com n.
Fez os primeiros estudos em Aracaju, quando revelou, ainda criança, notável talento. Em 1886, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, onde cursou os dois primeiros anos de medicina. Depois, transferiu-se para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, pela qual foi diplomado em 1890, quando defendeu tese sobre nefrites.
Ainda na Faculdade, militou no “Correio do Povo”.
Logo após a formatura, foi nomeado médico da Polícia Militar do Rio de Janeiro, no posto de tenente-cirurgião, assim permanecendo até maio de 1894. Casou-se, e teve um casal de filhos. A filha faleceu ainda muito jovem, o que causou uma dor tão profunda que Bonfim deixou a medicina , ingressando no magistério. Ensinou inicialmente Educação Moral e Cívica na Escola Normal do Rio de Janeiro, assumindo, depois, a cátedra de Pedagogia e Psicologia.
Em 1902, foi enviado para a Europa, às custas da Prefeitura do Rio de Janeiro, a fim de observar as Instituições pedagógicas daquele continente. Estudou Psicologia na Sorbone (Paris), onde foi aluno de George Dumas e Alfred Binet, com os quais planejou o primeiro laboratório brasileiro de Psicologia,, inaugurado em 1906 (do qual foi Diretor durante quinze anos consecutivos).
Regressando ao Brasil, em 1905, assumiu a direção da Instrução Pública do Rio de Janeiro e em 1906 foi nomeado Diretor Geral da Instrução Pública do Distrito Federal.
Em 1907, ingressou na política partidária, sendo eleito deputado federal pelo Estado de Sergipe e nesta condição defendeu importantes projeto educacionais. Assim permaneceu até 31 de dezembro de 1908, quando se candidatou à reeleição, sem obter êxito. Em face deste resultado, deixou a política para se dedicar exclusivamente à produção intelectual e literária..
Portador de invejável cultura, publicou trabalhos sobre História do Brasil e da América Latina, Sociologia, Medicina, Zoologia e Botânica, além de livros sobre a Língua Portuguesa, em colaboração com Olavo Bilac. Escreveu também sobre Psicologia e  Educação. Os livros “Lições de Pedagoria” e “Noções de Psicologia”, publicados, em 1915 e 1916, constituíram valioso suporte para suas aulas na  Escola Normal. A obra “Pensar e Dizer: estudo do símbolo no pensamento e na linguagem”, editada em 1923, revela completo domínio sobre as correntes de Psicologia existentes em sua época.
Além das obras citadas, sua bibliografia inclui os seguintes trabalhos:
  • O methodo dos testes (1926);
  • Cultura do povo brasileiro (1932);
  • Crítica à Escola Activa,
  • O fato psíquico,
  • As alucinações auditivas do perseguido  
  • O respeito à criança.
  • O Brasil na América (1929),
  • O Brasil na História (1930)
  • Métodos do teste: com aplicações à linguagem do ensino primário (1928).
Manoel Bonfim teve relevante atuação na imprensa brasileira. Foi redator e secretário de “A República” e da “Revista Pedagogium”, foi diretor da “Revista Educação e Ensino” e fundador da revista “Universal”.  Redigiu operiódico “Leitura para Todos” e escreveu artigos para vários jornais (“Correio do Povo”, “O Comércio”, “Ilustração Brasileira”, “O País” e “Notícia e Tribuna”).
Manoel Bonfim se antecipou a Vigotski, Piaget, Ernst Bloch e Gramsci mas, apesar de seu pioneirismo, foi praticamente esquecido pela historiografia brasileira.
Dentre as homenagens recebidas, destacamos a do rei da Bélgica, que lhe conferiu o oficialato da Ordem Leopoldo.
Com Sílvio Romero (outro sergipano famoso),  Manoel Bonfim se envolveu em uma  polêmica famosa:  a da necessidade de  um suposto “branqueamento” da população brasileira como solução para o defeito de formaação étnica do nosso povo. Bonfim defendia a miscigenação e negava o valor do  racismo.
Manoel Bonfim morreu em 21 de abril de 1932, no Rio de Janeiro, aos 63 anos de idade.
 
 
 
 
 

 



segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

17- LAUDELINO FREIRE






LAUDELINO FREIRE
laudelino+freire&oq=laudelino+freire&gs_
 
 


Laudelino de Oliveira Freire, mais conhecido como Laudelino Freire, advogado, jornalista. professor, crítico literário, crítico de arte, político e filólogo, nasceu em Lagarto, em 26 de janeiro de 1873.

Tendo completado os estudos iniciais em Sergipe, mudou-se para o Rio de Janeiro onde foi aluno da Escola Militar. Interrompida sua formação militar, por motivo de doença, ingressou na Faculdade de Direito, pela qual foi diplomado em 1902.

Além de advogado, exerceu cargos públicos, o magistério e o jornalismo, colaborando na imprensa da capital  sob os pseudônimos Lof e Wulf.

Ingressou na vida partidária, sendo eleito deputado estadual por Sergipe. Depois de três legislatura consecutivas (1894, 1896 e 1898). deixou a política e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fixou residência. No Rio de Janeiro, tornou-se catedrático Português, Espanhol, Geografia, História e Geometria no Colégio Militar, e se firmou como jornalista, escritor e filólogo. 

Como Jornalista, dirigiu a “Gazeta de Notícias” e colaborou em diversos jornais, como o “Jornal do Brasil”, o “Jornal do Comércio” e o “O País”. Seus artigos, reunidos em 11 volumes, constituem o precioso repositório de opiniões, ensinamentos e ideias.  

Em 1918, fundou a “Revista da Língua Portuguesa”, na qual publicou trabalhos sobre Literatura e Filologia em total de  68 volumes. Fundou, também, a revista “Estante Clássica”, na qual escreveu estudos teóricos e didáticos sobre a língua nacional, ensaios e crítica de literatura e arte. Foi defensor intransigente da ortografia simplifica. O “Novíssimo Dicionário da Lingua Portuguesa, de sua autoria, é uma obra preciosa. 

Fez parte do Instituto Histórico e Geografico Brasileiro e de numerosas instituições culturais, inclusive a Academia Brasileira de Letras  (da qual foi Presidente, e ocupou a cadeira 10, para a qual foi eleito em 22 de março de 1924).

De sua extensa bibliografia, destacamos:



  • Escritos diversos (1895),
  • Corografia de Sergipe (1900),
  • Sílvio Romero (1900),
  • Os próceres da crítica (1911),
  • Estudos de filosofia e moral (1912),
  • Introdução ao curso de Psicologia e Lógica (1919),
  • Clássicos brasileiros (1923)
  • Verbos portugueses (1934). 
  •  
Laudelino Freire faleceu no Rio de Janeiro,  em 18 de junho de 1937.

16- MARIA THETIS NUNES










        MARIA THETIS NUNES
=1&q=maria+thetis+nunes&oq=maria+thetis+nunes


 
Maria Thetis Nunes, historiadora, escritora e professora,  nasceu em Itabaiana, em 6 de janeiro de 1925.

Estudou as primeiras letras em sua terra natal, onde fez o curso primário Em seguida, foi para a capital sergipana, onde realizou o curso secundário no Atheneu Sergipense. Continuando sua formação, diplomou-se em Geografia e História pela Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia e em Museologia pelo Museu de  História Natural. Em ambos os cursos obteve sempre a primeira colocação.

Ainda estudante universitária, submeteu-se a concurso no Atheneu Sergipense (1945), onde concorreu à cátedra de História, ocasião em que defendeu a tese “Os Árabes- sua influência na civilização ocidental”. Tornou-se assim a primeira mulher a fazer parte da Congregação daquele estabelecimento (do qual foi também a primeira diretora, em 1951). 
Em 1956, ingressou na primeira turma do Instituto Superior de Estudos Brasileiros, onde fez pós-graduação em História da Educação no Brasil. No final do curso, apresentou o trabalho “Sílvio Romero e Manoel Bonfim – pioneiros de uma ideologia nacional”. Neste Instituto permaneceu quatro anos como assistente da cadeira de História e se dedicou ao ensino e à pesquisa.
Em 1961, tornou-se diretora do Centro de Estudos Brasileiros na Argentina, onde lecionou na Universidade Nacional do Litoral. Regressando a Aracaju, assumiu a cátedra de História do Brasil, História Contemporânea e Cultura Brasileira, na Universidade Federal de Sergipe. Desta universidade, foi Vice-Reitora e se aposentou com 47 anos de magistério, ocasião em que recebeu o título de Professora Emérita.
Pertenceu a diversas Instituições científicas e culturais, foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (durante 30 anos consecutivos), titular da Academia Sergipana de Letras, membro correspondente da Academia Baiana de Educação, titular do Conselho Estadual de Educação (1970-1981) e do Conselho Estadual de Cultura (do qual foi Presidente durante seis anos).
Recebeu inúmeras condecorações, dentre as quais destacamos:
  • Medalha de Mérito Cultural Inácio Joaquim Barbosa - Prefeitura de Aracaju
  • Medalha Tobias Barreto – Mérito Cultural - Governo do Estado de Sergipe
  • Medalha Mérito Cultural - Universidade Federal de Sergipe
  • Mérito Serigy - Comendador - Prefeitura de Aracaju
  • Medalha do Mérito Cultural Silvio Romero - Academia Sergipana de Letras
  • Doutor Honoris Causa - Universidade Federal de Sergipe

No magistério superior, além de professora de Universidade Federal de Sergipe, lecionou na Faculdade Católica de Filosofia, da qual foi fundadora. 
De sua vasta bibliografia, além de artigos  em jornais e revistas do Brasil e da Argentina, publicou os seguintes trabalhos:
  • A Civilização Árabe, sua influência na civilização ocidental. Aracaju, 1945.
  • Ensino Secundário e Sociedade Brasileira. MEC / ISEB, 1962.
  • Sergipe no Processo da Independência do Brasil. UFS, 1972.
  • Sílvio Romero e Manoel Bomfim: Pioneiros de uma Ideologia Nacional. UFS, 1976.
  • História de Sergipe a partir de 1820. Editora Cátedra / MEC, 1978.
  • Geografia, Antropologia e História em José Américo. João Pessoa, 1982 (Manuel Correia de Andrade, Maria Thetis Nunes, José Otávio Melo).
  • História da Educação em Sergipe. Paz e Terra / Governo do Estado de Sergipe / UFS, 1984. Prêmio José Veríssimo da Academia Brasileira de Letras, 1985.
  • Manuel Luís Azevedo d’Áraújo, Educador de Ilustração, 1984. Prêmio Grandes Educadores Brasileiros, 1984. INEP/ MEC, Brasília.
  • Sergipe Colonial I, 1989. Tempo Brasileiro / UFS. Prêmio INL – 1989. Prêmio História - União Brasileira dos Escritores, 1995.
  • Ocupação Territorial da Vila de Itabaiana, 1976. Separata dos Anais do VIII Simpósio dos Professores Universitários de História. São Paulo, 1976.
  • A Política Educacional de Pombal e sua repercussão no Brasil-Colônia. Separata dos Anais da II Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH), 1983.
  • Manoel Bonfim (1868/1932) Separata da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, no 155, 1994.
  • O Poder Legislativo e a Sociedade Sergipana. Anais da XIV Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SPBH) 1994.
  • As Câmaras Municipais. Sua atuação na Capital de Sergipe D’El Rey Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH) 1995.
  • O Brasil Nação, de Manoel Bonfim, na Historiografia Brasileira. Separata dos Anais da XVII Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH), 1997.
  • A Contribuição de Felisbelo Freire à Historiografia Brasileira. Separata dos Anais da XVI Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH) 1996.
  • Sergipe Colonial II, Tempo Brasileiro, 1996. Catálogo dos Documentos Avulsos da Capitania de Sergipe (1619 - 1822). Arquivo Histórico Ultramarino, UFS, 1999.
  • Ensino Secundário e Sociedade Brasileira. 2a. edição, UFS, 1999. Sergipe Provincial I, Tempo Brasileiro, 2000. A Civilização Árabe, sua influência na civilização ocidental. 2ª edição, Editora Gráfica J. Andrade, Aracaju, 2002

 Maria Thetis Nunes faleceu em Aracaju, no dia 25 de  outubro de 2009, aos 85 anos de idade. O corpo foi velado na Academia  Sergipana de Letras e sepultado no Cemitério Colina da Saudade. O prefeito de Aracaju decretou três dias de luto oficial. Justificando a homenagem, declarou: “Maria Thetis Nunes foi uma das mulheres de maior destaque na história de Sergipe, por sua valiosa contribuição nos campos da literatura e do magistério. Ela foi uma grande professora e formou dezenas de intelectuais sergipanos. Sempre esteve à frente do seu tempo. Com seu brilhantismo, abriu espaço para as mulheres na sociedade e ajudou a construir e difundir a história do nosso Estado",

 

 

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

15- HERMES FONTES


HERMES FONTES
?gws_rd=ssl#q=hermes+lima

Hermes Floro Bartolomeu Martins de Araújo Fontes, mais conhecido como Hermes Fontes, compositor e poeta sergipano, nasceu em 28 de agosto de 1888, em Boquim, sendo seus pais Francisco Martins Fontes e Maria de Araújo Fontes.
Fez os estudos iniciais em sua terra natal. Aos oito anos de idade, mudou-se para Aracaju, onde foi aluno do professor Alfredo Montes. Seu talento impressiou seus professores, colegas e contemporâneos, motivo pelo qual o presidente de Sergipe, Martinho Garcês, o levou para estudar na capital da República.
Ao chegar ao Rio de Janeiro, Hermes deu vasão ao seu excepcional talento. Aos 15 anos, principiou a colaborar em vários jornais,  De início colaborou no  “O Fluminense”, Depois, passou para outros jornais: (“O Imparcial”, “A Folha do Dia”, “O Diário de Notícias” ...)  e várias revistas (“Careta”, “Fom-Fon”, “Tribuna Tagarela, ”Atlântida”, “Brasil Revista das Revistas”, “América Latina”, “Kosmos”, etc.). Tornou-se, também, caricaturista.
ngressou na Faculdade de Direito, onde foi aluno de Sívio Romero,. Diplomou-se em 1911, mas nunca exerceu a profissão.
De 1903 até a sua morte desenvolveu intensa atividade jornalísitca e literária. Em 1904 fundou o periódico “A Estreia”. Em 1908, publicou “Apoteoses” e a partir de então dedicou-se  ao jornalismo, à critica literária e às  letras . Em artigos e ensaios, abordou vários aspectos da vida brasileira mas não acompanhou a  celeridade dos adeptos do Futurismo. No dizer de Luiz Antônio Barreto, “Hermes Fontes foi um artista completo, que conquistou o público, mereceu opinião favorável dos críticos e o reconhecimento pleno de de sua intensa atividade intelectual mas, apesar disso, foi um retardatário” (Obra citada).
Hermes Fontes integrou a Academia Brasileira de Letras e participou da criação da Academia Sergipana de Letras. onde  inaugurou a Cadeira 16, que tem como patrono o poeta Pedro de Calazans. “A aprovação do nome de Hermes Fontes entre os fundadores da Academia Sergipana de Letras parece representar uma homenagem ao poeta, pois outros sergipanos residentes fora do Estado e com nome feitos na cultura brasileira, como Laudelino Freire, Aníbal Freire, João Ribeiro, Manoel Bonfim, Graccho Cardoso, Deodato Maia, Barreto Lima[ e muitos outros foram deixados nas cadeiras de Sócios Correspondentes. A quebra de uma regra que a Academia até hoje conerva comprova o prestígio de Hermes Fontes em Sergipe” (Ibidem).
Como cidadão, fez parte da campanha civilista, comprometendo-se com a candidatura de Rui Barbosa e efrentando  os partidários de Hermes da Fonseca.
De sua bibliografia, constam: ”Apoteoses” (1908, republicado em 1915), “Miragem do Deserto” (1913. Republicado em 1917). “Gêneses (1913), “Ciclo da Perfeição” (1914), “O Mundo em Chamas” (1914). “Juizo Efêmro” (1916), “Epopeia da Vida” (1017), “Microcosmo” (1919), “Lâmpada Velada” (1922), “Despertar” (1922). “A Fonte da Mata” (1930). Após a sua morte, Povina Calvacanti publicou uma coletânea, intitulada “Poeasias Escolhidas” (1944). Em “Despertar”, Hermes Fontes fez uma dedicatória a Sergipe, nos seguintes termos: “A  Sergipe, terra de meu berço, e berço de meu pai e em cuja entranha dorme sono eterno minha mãe, que lá teve berço e túmulo”.
Hermes Fontes suicidou=se no Rio de Janeiro, em 25 de dezembro de 1930, aos 42 anos de idade e  mereceu  uma hermida levantada em sua homenagem no Passeio Público”, em pleno coração da cidade. Com a reforma deste logradouro, a ermida foi retirada, provocando  justa revolta dos inconformados.
FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Barreto, Luiz Antônio- Hermes Fontes. Disponível em http://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id=31024. Acesso em 19 de dezembro de 2014.