MANOEL BONFIM
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Manuel José Bomfim. mais
conhecido como Manuel Bomfim, médico, psicólogo, pedagogo, sociólogo,
historiador e intelectual sergipano, nasceu em Aracaju, em 8 de agosto de 1868,
sendo seus pais Paulino Jose do Bonfim e Maria Joaquina do Bonfim. A grafia correta de seu nome é Manoel com o Bomfim.com n.
Fez os primeiros estudos em
Aracaju, quando revelou, ainda criança, notável talento. Em 1886, ingressou na
Faculdade de Medicina da Bahia, onde cursou os dois primeiros anos de medicina. Depois, transferiu-se para a Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro, pela qual foi diplomado em 1890, quando defendeu tese sobre nefrites.
Ainda na Faculdade, militou no “Correio do Povo”.
Logo após a formatura, foi nomeado médico da
Polícia Militar do Rio de Janeiro, no posto de tenente-cirurgião, assim permanecendo até maio de 1894. Casou-se, e teve um casal de
filhos. A filha faleceu ainda muito jovem, o que causou uma dor tão profunda que
Bonfim deixou a medicina , ingressando no magistério. Ensinou inicialmente
Educação Moral e Cívica na Escola Normal do Rio de Janeiro, assumindo, depois, a cátedra de Pedagogia e Psicologia.
Em 1902, foi enviado para a
Europa, às custas da Prefeitura do Rio de Janeiro, a fim de observar as
Instituições pedagógicas daquele continente. Estudou Psicologia na Sorbone
(Paris), onde foi aluno de George Dumas e Alfred Binet, com os quais planejou o
primeiro laboratório brasileiro de Psicologia,, inaugurado em 1906 (do qual foi
Diretor durante quinze anos consecutivos).
Regressando ao Brasil, em 1905,
assumiu a direção da Instrução Pública do Rio de Janeiro e em 1906 foi nomeado
Diretor Geral da Instrução Pública do Distrito Federal.
Em 1907, ingressou na política
partidária, sendo eleito deputado federal pelo Estado de Sergipe e nesta
condição defendeu importantes projeto educacionais. Assim permaneceu
até 31 de dezembro de 1908, quando se candidatou à reeleição, sem obter êxito. Em
face deste resultado, deixou a política para se dedicar exclusivamente à
produção intelectual e literária..
Portador de invejável cultura, publicou
trabalhos sobre História do Brasil e da América Latina, Sociologia, Medicina,
Zoologia e Botânica, além de livros sobre a Língua Portuguesa, em colaboração
com Olavo Bilac. Escreveu também sobre Psicologia e Educação. Os livros “Lições
de Pedagoria” e “Noções de Psicologia”, publicados, em 1915 e 1916, constituíram
valioso suporte para suas aulas na Escola
Normal. A obra “Pensar e Dizer: estudo do símbolo no pensamento e na linguagem”,
editada em 1923, revela completo domínio sobre as correntes de Psicologia
existentes em sua época.
Além das obras citadas, sua
bibliografia inclui os seguintes trabalhos:
- O methodo dos testes (1926);
- Cultura do povo brasileiro (1932);
- Crítica à Escola Activa,
- O fato psíquico,
- As alucinações auditivas do perseguido
- O respeito à criança.
- O Brasil na América (1929),
- O Brasil na História (1930)
- Métodos do teste: com aplicações à linguagem do ensino primário (1928).
Manoel Bonfim teve relevante
atuação na imprensa brasileira. Foi redator e secretário de “A República” e da “Revista
Pedagogium”, foi diretor da “Revista Educação e Ensino” e fundador
da revista “Universal”. Redigiu operiódico “Leitura para Todos” e escreveu artigos para vários jornais (“Correio
do Povo”, “O Comércio”, “Ilustração Brasileira”, “O País” e “Notícia e Tribuna”).
Manoel Bonfim se antecipou a Vigotski,
Piaget, Ernst Bloch e Gramsci mas, apesar de seu pioneirismo, foi praticamente
esquecido pela historiografia brasileira.
Dentre as homenagens recebidas,
destacamos a do rei da Bélgica, que lhe conferiu o oficialato da Ordem
Leopoldo.
Com Sílvio Romero (outro
sergipano famoso), Manoel Bonfim se
envolveu em uma polêmica famosa: a da necessidade de um suposto “branqueamento” da população brasileira como
solução para o defeito de formaação étnica do nosso povo. Bonfim defendia a miscigenação e negava o valor do racismo.
Manoel Bonfim morreu em 21 de
abril de 1932, no Rio de Janeiro, aos 63 anos de idade.